quinta-feira, 1 de março de 2018
Anunciado pelo governo, possível acordo com a estadunidense Boeing é criticado por ex-ministro Celso Amorim
Proposta de acordo entre a Embraer e a estadunidense Boeing pode colocar em risco a soberania espacial do país. Especialistas consultados pelo BdF questionam a possibilidade de perda de controle acionário da empresa aeronáutica por parte do governo brasileiro. Atualmente, mesmo com investimento privado, as autoridades nacionais ainda mantém poder de veto em questões estratégicas.
Na opinião de Celso Amorim, diplomata e ex-ministro das Relações Exteriores e da Defesa nos governos Lula e Dilma, a venda da Embraer representaria um ‘desastre absoluto’, do ponto de vista da política externa e da defesa nacional.
“A Embraer é estratégica por várias razões. Primeiro porque ela participa e deveria continuar participando dos nossos aviões militares. Sejam os caças que vamos adquirir, mas também fazer com a Suécia, os Gripen; sejam outros aviões, como o cargueiro, o KC-390, de grande inovação, feito com financiamento do BNDES", ressalta.
Em sua opinião, trata-se de tema primordial "seja do ponto de vista tecnológico, seja do ponto de vista da defesa, afinal serão produzidas aeronaves que são essenciais para a proteção do nosso espaço aéreo”. Por esse motivo, Amorim acredita na oposição do setor militar ao interesse do atual governo em vender a Embraer. “Eu acho que eles devam estar muito preocupados. Pelo menos os verdadeiros patriotas, que são obviamente a maioria, e aqueles que estiveram envolvidos no desenvolvimento tecnológico [da empresa]”.
O ex-ministro relembra o acordo firmado com a empresa sueca Saab para
a compra e transferência de tecnologia dos caças Gripen, realizado em
2013 pela ex-presidenta Dilma. Na ocasião, houve comemoração dentro das
Forças Armadas por conta do acesso ao chamado código-fonte do sistema de
armamento sueco, uma vantagem que, segundo Amorim, não ocorreria caso
se tratasse de uma empresa privada. “A Saab vai transferir suas
tecnologias para o Brasil, vai abrir o código-fonte do sistema de
armas, vai fazer isso se a Embraer estiver associada a uma empresa
norte-americana ou de qualquer outro país? Não, não vai fazer”, alerta.
Para Amorim, a proposta de venda da empresa brasileira caminha no mesmo sentido de outros projetos levados adiante pelo atual governo, sem levar em conta a soberania do país. “O Brasil está sendo tocado como se fosse uma empresa. Soberania não está no radar das pessoas que estão dirigindo o país de maneira prioritária”, critica o ex-ministro.
Clóvis Nascimento, engenheiro civil e presidente da Federação de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), acredita que a medida teria impacto negativo sobre a vida dos trabalhadores da empresa aeronáutica. “Na hora em que se entregar a Embraer a uma empresa estrangeira, abrindo mão da possibilidade do governo participar disso, é claro que isso terá um desdobramento para os trabalhadores, pois a área de pesquisa e inteligência da Embraer ficará toda prejudicada, caudatária da Boeing”, alerta Nascimento.
Entidades de classe ouvidas pela reportagem prometem realizar mobilizações para impedir a desnacionalização da Embraer e denunciar o que consideram mais um exemplo da política entreguista do governo federal.
Proposta de acordo entre a Embraer e a estadunidense Boeing pode colocar em risco a soberania espacial do país. Especialistas consultados pelo BdF questionam a possibilidade de perda de controle acionário da empresa aeronáutica por parte do governo brasileiro. Atualmente, mesmo com investimento privado, as autoridades nacionais ainda mantém poder de veto em questões estratégicas.
Na opinião de Celso Amorim, diplomata e ex-ministro das Relações Exteriores e da Defesa nos governos Lula e Dilma, a venda da Embraer representaria um ‘desastre absoluto’, do ponto de vista da política externa e da defesa nacional.
“A Embraer é estratégica por várias razões. Primeiro porque ela participa e deveria continuar participando dos nossos aviões militares. Sejam os caças que vamos adquirir, mas também fazer com a Suécia, os Gripen; sejam outros aviões, como o cargueiro, o KC-390, de grande inovação, feito com financiamento do BNDES", ressalta.
Em sua opinião, trata-se de tema primordial "seja do ponto de vista tecnológico, seja do ponto de vista da defesa, afinal serão produzidas aeronaves que são essenciais para a proteção do nosso espaço aéreo”. Por esse motivo, Amorim acredita na oposição do setor militar ao interesse do atual governo em vender a Embraer. “Eu acho que eles devam estar muito preocupados. Pelo menos os verdadeiros patriotas, que são obviamente a maioria, e aqueles que estiveram envolvidos no desenvolvimento tecnológico [da empresa]”.
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| Desnacionalização afeta proteção do espaço aéreo |
Para Amorim, a proposta de venda da empresa brasileira caminha no mesmo sentido de outros projetos levados adiante pelo atual governo, sem levar em conta a soberania do país. “O Brasil está sendo tocado como se fosse uma empresa. Soberania não está no radar das pessoas que estão dirigindo o país de maneira prioritária”, critica o ex-ministro.
Clóvis Nascimento, engenheiro civil e presidente da Federação de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), acredita que a medida teria impacto negativo sobre a vida dos trabalhadores da empresa aeronáutica. “Na hora em que se entregar a Embraer a uma empresa estrangeira, abrindo mão da possibilidade do governo participar disso, é claro que isso terá um desdobramento para os trabalhadores, pois a área de pesquisa e inteligência da Embraer ficará toda prejudicada, caudatária da Boeing”, alerta Nascimento.
Entidades de classe ouvidas pela reportagem prometem realizar mobilizações para impedir a desnacionalização da Embraer e denunciar o que consideram mais um exemplo da política entreguista do governo federal.
As informações são do repórter Leonardo Fernandes
Edição de Thalles Gomes
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