Maranhão: da prosperidade ao fundo do poço
Por
Antonio Noberto
Uma
breve contribuição para entendermos os motivos da derrocada do nosso estado e o
que precisa ser feito para reconstrução do Maranhão.
O
IBGE divulgou na sexta-feira, 26 de novembro de 2021, que o Maranhão tem os
piores índices do Brasil. Está em último lugar em desenvolvimento e qualidade
de vida... mas não era assim em outros tempos.
Os nossos antepassados construíram um estado próspero, uma das cinco províncias mais abastadas do país, sendo São Luís a quarta cidade brasileira, onde existia fartura de empregos para maranhenses, brasileiros e estrangeiros.
Daí pergunto: o que eles tinham que nós não temos? Qual o segredo deles? Respondo sem medo de errar: eles não eram ideológicos, mas pragmáticos; não eram guiados pelo medo, antes se aventuravam pelo primeiro mundo, na Amazônia e a qualquer lugar onde existissem oportunidades.
Nossos
velhos não se deixavam enredar por caminhos tortuosos, pois movidos por fé e
pela convicção de que navegar era preciso. Eles sabiam o real valor do
conhecimento e, navegavam rumo à Europa e aos Estados Unidos em busca das
últimas novidades produzidas pela Belle Époque (Bela Epoca, das grandes
invenções). Já reparou que tudo chegava em primeira mão aqui no Maranhão?
Cinema, energia elétrica, bonde, carro, bibliotecas, academia de letras e toda
sorte de novidades. Estávamos sempre entre os primeiros.
Eles
tinham rumo, tinham coragem e tinham norte. Enfrentavam a dor e os desafios
dando-lhes o devido combate.
Com
o passar dos tempos fomos abrindo a guarda, nos acomodando, ficando mofinos e
cabisbaixos aceitando as conversinhas que chegam aos nossos ouvidos. O primeiro
mundo foi ficando distante. As virtudes foram sendo marginalizadas e a
mediocridade das narrativas ganhando espaço.
Por
último, maus governantes e seus grupos políticos, sem pudor, sem rumo e sem
ética, cevados de ganância, foram se apoderando do estado, tal qual a bactéria
devora o cadáver. As ideologias, que tanto dividem, tomaram de conta das
escolas, das universidades, mídias, etc. As letras perderam espaço no
parlamento, a Atenas brasileira foi marginalizada (pasme) dentro da universidade.
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O historiador Antonio Noberto: ''É preciso reconstruir mentes e almas para retirarmos o Maranhão da lanterna e da zona do rebaixamento''. |
Vai ser preciso muita fé, coragem e um grande esforço coletivo para recolocar o Maranhão e o seu povo no caminho da reconstrução e da prosperidade. E isto demandará algumas das virtudes dos nossos antepassados. A primeira será escolher o bom caminho e deitar fora aquilo que só nos atrasa.
Antonio
Noberto é historiador, Turismólogo e
Escritor. Integra os quadros das Academias
Ludovicense de Letras, Vargengrandense
de Letras e Artes, Luminescense Academie Française e Instituto Histórico e Geográfico
do Maranhão. Embaixador da Paz, é Doutor Honoris Causa em História.
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