segunda-feira, 29 de janeiro de 2018
Adesivos do
pré-candidato que remetem a 1989 já estão sendo impressos
Quem conhece Fernando Collor (PTC-AL), desde que se candidatou a
presidente, em 1989, faz tempo que não se impressiona com sua atuação e seus
discursos. Mas quem não o conhece ou era jovem demais pra se recordar com
clareza, talvez até se impressione com sua “performance“, que pode até
render alguns votos, já que vivemos um momento na política em que as pessoas
estão contaminadas pelo rancor e pelo revanchismo e querem “ver sangue”,
insufladas pela mídia tradicional e por representantes dos partidos, sobretudo
os que apoiaram o golpe que levou Michel Temer ao poder (DEM, PSDB, MDB, PP,
PTB e vários nanicos).
Como político, Collor sempre foi excelente ator. Capaz de demonstrar
fúria, cerrar punhos e dentes e bufar ofegante, ainda hoje adota uma oratória
agressiva e carregada, nos seus discursos na tribuna do senado, sem a menor
dificuldade. Nem vergonha.
O senador segue agora tentando comprovar é sua astúcia política.
Até recentemente tudo indicava em seus discursos que seu plano era
candidatar-se ao governo de Alagoas, já que não tinha nada a perder, pois está
em seu segundo mandato como senador, que termina apenas em 2023. Mas na semana
passada, para supresa de muitos, Collor mostrou que projeta voos mais altos e
que está à procura de reabilitar-se em nível nacional.
Aos que não sabem: o senador alagoano renunciou à Presidência da
República para fugir de um processo de impeachment, em 1992, depois de ver seu
governo no centro de uma série devastadora de denúncias de corrupção.
Vislumbrando agora, 25 anos depois, uma oportunidade de voltar ao Palácio
do Planalto, Fernando Collor de Mello anunciou sua candidatura à Presidência.
Aparentemente, mesmo que seja para perder. Nos bastidores do Senado tem quem
diga que a candidatura é parte de uma estratégia para ajudar seu partido,
minúsculo e atingido pelas regras que restringem o acesso ao Fundo Partidário e
à propaganda gratuita no rádio e na TV. De quebra – e aí pode estar a carta que
vai na manga – postular ao cargo máximo deve servir para “limpar seu nome na
praça“, ficando o ex-presidente competitivo para 2022. Por enquanto, seus
primeiros discursos como candidato a candidato se prendem ao que seria, para o
próprio, uma vantagem em relação aos outros concorrentes, à exceção de Lula: “já
presidi o país”.
É possível, porém, que o senador esteja pensando em ser uma “terceira
via“, uma candidatura presidencial apresentando-se como alternativa, à
direita e “propositiva”, principalmente caso venha a se confirmar que
nomes como o de Luciano Huck forem lançados para a corrida eleitoral. Tudo
isso, claro, com discurso de ferrenha oposição ao PT, bem ao gosto de
paneleiros e de segmentos conservadores, como a nossa classe média, por
exemplo.
E há de se contar também, com a antipatia de uma boa parcela da população
que ainda se lembra dos primeiros dias de seu governo, iniciado em janeiro de
1990, quando lançou um mirabolante plano econômico, que simplesmente confiscou
parte das contas correntes e poupanças que excedessem 50 mil cruzeiros (a moeda
corrente da época, que antecedeu o real). Na memória de muita gente ainda estão
claras as dificuldades criadas pela medida, para empresas pagarem os salários
de seus funcionários, por exemplo. A medida, ao contrário de sanar os problemas
da economia, por pouco não levou o país ao colapso.
Enfim, Collor sabe que, sendo candidato, os adversários e a imprensa irão
rememorar todos os escândalos de seu governo. É aguardar para ver se, com tanta
coisa em seu passado para ser “lembrada“, o senador vai conseguir
emocionar os brasileiros com seus discursos inflamados. Ainda que conte com a
consagrada memória histórica dos brasileiros, sempre curta e seletiva, será “muita
zebra” se Collor ganhar a eleição.
As informações são da repórter Helena Sthephanowitz
Edição da Agência Baluarte
Fernando Collor já iniciou sua campanha à Presidência da República.
Adesivos do pré-candidato que remetem a 1989 já estão sendo impressos. 25 anos
depois, será que ele ainda terá a 'velha astúcia'?
Quem conhece Fernando Collor (PTC-AL), desde que se candidatou a
presidente, em 1989, faz tempo que não se impressiona com sua atuação e seus
discursos. Mas quem não o conhece ou era...
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25 anos depois, será que ele ainda terá a 'velha astúcia'? |
Pouco adiantou: o Congresso prosseguiu com o processo contra ele, que foi
condenado e teve seus direitos políticos suspensos pelos oito anos seguintes. A
sentença foi confirmada pelo STF. Em julgamento posterior, em 2014, o
ex-presidente foi inocentado pelo mesmo STF dos crimes de falsidade ideológica,
corrupção passiva e peculato. Os ministros do tribunal concluíram que não havia
provas suficientes para comprovar seu envolvimento nos crimes em que foi
acusado.
Por enquanto, seus primeiros discursos como candidato a candidato se prendem ao que seria, para o próprio, uma vantagem em relação aos outros concorrentes, à exceção de... |
Mas, caso esteja mesmo sonhando em voltar ao Palácio do Planalto, Collor
dependerá de muito cálculo político, de uma vasta gama de alianças e,
obviamente, de quais serão os demais candidatos. Entre uma candidatura nacional
como figurante pífio, e uma eleição com alguma margem de certeza ao governo de Alagoas,
poderia ter preferido a segunda.
Envolveu cifras públicas na casa do US$ 1 bilhão e teria como beneficiários integrantes do alto escalão do governo federal. |
Pesam contra si, além de já ter perdido o cargo de presidente da forma
como perdeu, o “recall” de casos como o escândalo do “esquema PC
Farias”, revelado pelo irmão de Fernando, Pedro Collor de Melo, que
envolveu cifras públicas na casa do US$ 1 bilhão e teria como beneficiários
integrantes do alto escalão do governo federal.
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Ainda que conte com a consagrada memória histórica dos brasileiros, sempre curta e seletiva, será “muita zebra” se Collor ganhar a eleição. |
Voltando aos dias de hoje, o ex-governador de Alagoas, que se elegeu com
o slogan “caçador de marajás”, atualmente é réu em um processo, além de
ter seu nome em outros seis, em andamento no STF, por corrupção, lavagem de
dinheiro e organização criminosa. Collor é acusado de receber mais de R$ 30
milhões por “negócio” da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras.
As informações são da repórter Helena Sthephanowitz
Edição da Agência Baluarte
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