terça-feira, 29 de agosto de 2017
Manejo florestal empodera comunidades tradicionais no Pará
Lançado na sexta,
Observatório pretende monitorar políticas públicas a fim de fortalecer a
atividade.
Em Almeirim, no Pará,
um grupo de mulheres extrativistas da comunidade Repartimento dos Pilões
colhe da floresta os ouriços da castanha do Pará, cujas sementes
tornam-se ingredientes para biscoitos. Na mesma região, em Belterra,
agentes comunitários da Floresta Nacional do Tapajós (Flona) são
pioneiros na iniciativa de venda de produtos madeireiros.
O que estas duas
realidades têm em comum? Ambas desenvolvem o chamado Manejo Florestal
Comunitário e Familiar. A técnica consiste no manuseio de produtos da
floresta ao modo tradicional dos povos que nela vivem, valorizando seus
conhecimentos ancestrais para o uso desses recursos de forma sustentável.
Na Flona do
Tapajós o manejo é feito através da Cooperativa Mista da Floresta
Nacional do Tapajós (Coomflona). De acordo com Manoel Sousa, presidente
da Federação da Flona, além da exploração da madeireira, a
cooperativa também trabalha com produtos não madeireiros como o óleo
de andiroba e mel, que geram renda e autonomia para o território.
"Hoje o manejo
ajuda na qualidade de vida da população da Flona porque temos
cooperados que trabalham na cooperativa do manejo e também temos pessoas que
são beneficiados direitos e as famílias que são indiretas",
disse.
O manejo é uma
atividade que difere do desmatamento. Segundo Sousa, o Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), acompanha
todo o processo de controle e fiscalização das madeiras.
![]() |
O manejo florestal comunitário e familiar pode ser feito de produtos madereiros e não madereiros como frutas, óleos e sementes. |
No entanto,
segundo Dilva Araújo, vice-presidente da Associação dos Micro
e Pequenos Produtores Rurais e Extrativistas da Comunidade
Repartimento dos Pilões, mesmo sendo mais sustentável, a prática do manejo
florestal ainda carece de incentivo.
"Não existe
políticas públicas que olhem e façam essa relação do homem com a floresta e que
não tem uma política de apoio para o manejo lorestal comunitário, familiar
comunitário, e aí decidimos que a gente precisava então articular um
espaço para a gente discutir essas ideias, debate e trazer nossas demandas
e aí surgiu o observatório", explica.
Araújo faz menção
ao Observatório de Manejo Florestal Comunitário e Familiar lançado na
última sexta-feira (25), no Museu Emilio Goeldi, na
capital Belém (PA).
A proposta visa
conectar diversas organizações da sociedade civil, instituições de ensino e
pesquisa na luta pela defesa do uso sustentável dos territórios
comunitários no estado, como explica Manoel Amaral, coordenador executivo do
Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB).
"Isso impõem um
fortalecimento da organização, onde eu vou defender cada vez mais aquele
território, vou impor, digamos assim ou disputar,
um modelo de
desenvolvimento a partir das práticas que são concebidas e implementadas pelas
comunidades", disse.
O Observatório tem a
participação de 14 organizações comunitárias que representam 2.500
famílias de 11 territórios diferentes, entre unidades de conservação,
assentamentos rurais e glebas estaduais.
As informações são da
repórter Lilian Campelo, do BDF no Pará
Edição de Fernando
Atallaia e Simone Freire
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