terça-feira, 4 de julho de 2017
Delação que incrimina PSDB tem
resistência do MPF
Delação que envolve arrecadador
de campanha do PSDB enfrenta resistência do MPF. Doleiro e empresário afirmou
que mostraria provas de um repasse de R$ 100 milhões durante a gestão de José
Serra como governador de São Paulo.
Alvo da Operação Dragão, da Polícia
Federal, o doleiro e empresário Adir Assad está preso na carceragem da PF em Curitiba
desde o ano passado, sob acusação de, entre outros crimes, chefiar um esquema
de empresas de fachada responsáveis por emitir notas frias para lavagem de
dinheiro de propinas para empreiteiras, entre as quais a Andrade Gutierrez.
Desde a prisão, Assad, tido
como operador central de desvios de obras dos governos tucanos em São Paulo,
vem tentando negociar uma “colaboração premiada” na qual promete contar
em detalhes e mostrar provas de um esquema criminoso na estatal paulista Dersa (Desenvolvimento
Rodoviário S/A – estatal responsável por obras viárias,), do qual fez parte
Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, diretor da estatal entre 2007 e 2010, na
gestão José Serra(PSDB) no governo de São Paulo.
Na tratativa com o Ministério
Público Federal (MPF), Assad afirmou que mostraria provas de um repasse de R$
100 milhões em propina a Paulo Vieira, que ele teria feito e, ainda, daria como
prova detalhes sobre um imóvel onde o dinheiro em espécie era armazenado. Assad
disse que o conheceu o ex diretor da Dersa há mais de 15 anos, e, foi Paulo
Souza que o apresentou a representantes das maiores construtoras do País.
Apesar disso, o depoimento do doleiro para o Ministério Público Federal de Curitiba foi avaliado como “frágil“, mesmo sendo Assad considerado o operador central de desvios de recursos dessas obras. |
Paulo Vieira, conhecido como
“Paulo Preto”, foi apontado pelo Ministério Público de São Paulo como figura
chave nas denúncias de desvio de dinheiro público no governo de José Serra, do PSDB,
ganhou notoriedade durante a campanha de José Serra à Presidência por ter
fugido com R$ 4 milhões em propina que seriam usados na campanha do atualmente
senador tucano.
Em depoimento no Ministério
Público de Curitiba, Assad admitiu ter usado sete empresas de fachada para
lavar dinheiro de empreiteiras em obras viárias na capital paulista e região da
Grande São Paulo, entre elas a Nova Marginal Tietê, o Rodoanel e o Complexo
Jacu-Pêssego. Assad contou aos procuradores que nos contratos com a Dersa, as
empreiteiras subcontratavam suas empresas, o valor das notas frias era
transformado em dinheiro e as companhias indicavam os beneficiários dos
recursos.
Segundo conta Assad, entre 2007
e 2012, o “noteiro” movimentou cerca de R$ 1,3 bilhão em contratos
fictícios assinados com grandes construtoras.E ainda propôs aos procuradores
mapear o funcionamento do sistema paralelo de finanças das construtoras,
responsável por abastecer as contas de suas empresas, e de como firmas sem
prestar serviços e sem ter funcionários conseguiram movimentar quantias
milionárias nos bancos brasileiros.
Uma pergunta: será que o MPF
também vê ameaça na delação que envolve bancos?
A relação das empresas de Assad
com obras nos governos tucanos em São Paulo já apareceram nas quebras de sigilo
de construtoras que respondem a processos. Os documentos mostram um pagamento
de R$ 37 milhões do Consórcio Nova Tietê, liderado pela Delta Engenharia e vencedor
da licitação de um dos lotes da Nova Marginal, para uma das empresas de Adir
Assad.
Doleiro e empresário afirmou que mostraria provas de um repasse de R$ 100 milhões durante a gestão de José Serra como governador de São Paulo. |
Das empresas que executaram
obras no Rodoanel, o Consórcio Rodoanel Sul 5 Engenharia, formado por OAS,
Carioca Engenharia e Mendes Júnior, depositou R$ 4,6 milhões na conta da Legend
Engenheiros, de Assad. O SVM, do qual a Andrade Gutierrez faz parte, pagou R$
7,4 milhões para a Legend, entre 2009 e 2010. O consórcio atuou no Complexo
Jacu-Pêssego.
Nas primeiras tratativas para
fechar delação premiada, Assad delatou Paulo Vieira Souza que, além de ex-diretor
da Dersa, é sabidamente ligado a políticos do PSDB. O doleiro afirma ter provas
de propinas em obras tocadas há anos pelos sucessivos governadores tucanos de
São Paulo. Todas já foram denunciadas pelo Ministério Público Paulista, mas o
caso não andou.
Apesar disso, o depoimento do
doleiro para o Ministério Público Federal de Curitiba foi avaliado como “frágil“,
mesmo sendo Assad considerado o operador central de desvios de recursos dessas
obras.
Diante de tantos detalhes
apresentados na confissão e mais a promessa de apresentar provas das acusações
de corrupção nas obras tucanas, causa certa estranheza que as negociações para
delação enfrentem resistência por parte do Ministério Público Federal. Afinal,
“ninguém está acima da lei ou fora do seu alcance“, como disse Rodrigo
Janot sobre Temer.
AS INFORMAÇÕES SÃO DO PRAGMATISMO
EDIÇÃO DA AGÊNCIA BALUARTE
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