sábado, 24 de junho de 2017
Ódio à Cultura
Governo Flávio Dino mostra indiferença à Cultura do Maranhão

Gestão do comunista nunca anunciou programa de ação  estrutural para as áreas que abrangem o segmento. 


POR FERNANDO ATALLAIA

EDITOR-CHEFE DA AGÊNCIA BALUARTE



Quando uma gestão prega mudança em relação ao modelo administrativo anterior, a incumbência daquela que assim o faz terá necessariamente que passar por um projeto original que destoe do de seu antecessor.

A afirmação está diretamente ligada à forma com a qual a Cultura do Maranhão, enquanto área da gestão pública vem sendo tratada pelo atual governo do Estado quando o assunto é a valorização ,  aplicação de investimentos, fomentação e reconhecimento dos artistas, agentes e produtores  culturais.

E para melhor exemplificar essa realidade- que não encontra precedentes nos tempos passados- a Sectur, comandada pelo estudante universitário Diego Galdino, vem representando o sentimento que pauta hoje as ‘ações’ do Governo nesse particular. Um sentimento que pelas ausências impostas às expressões artísticas, se aproxima do maior deles: ódio. 

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O secretário de Flávio para a área cultural, Diego Galdino em deboche aos organizadores da tradicional Festa de São Marçal: ‘’Oferecemos todos os itens e 20 mil reais para os ingredientes do feijão. Viva a cultura do MA!”
Ódio não apenas porque a memória cultural maranhense não vem sendo contemplada pelas políticas  públicas, assim como a música, a literatura, as artes plásticas ou a dança. Mas ódio porque o deboche da secretaria se faz ouvir em alto e bom som quando ela raramente aparece no cenário cultural maranhense. E foi justamente o que ocorreu, recentemente, em encontro de escritores realizado pela Sectur, via Biblioteca Pública Benedito Leite, que ganhou feição de lançamento de obras. Ora, no Maranhão, atualmente, não há um plano editorial em vigor e a secretaria , presente ao evento, ainda fez foto oficial. Um encontro onde a  biblioteca apenas cedeu o espaço e a Sectur seis bandejas de refrigerantes e quatro rodadas de salgadinhos. Os escritores ali presentes esperavam que o governador, através do seu secretário, anunciasse um plano editorial  que contemplasse  a todos os municípios maranhenses. Foram surpreendidos: tiveram ainda que doar seus livros à Sectur.

Vem sendo assim. Sem apresentar plano editorial ou fonográfico à classe artística, nem um festival de música popular que der prosseguimento à tradição musical brasileira no estado, a secretaria segue debochando, ‘tirando onda’, para lançar mão de uma expressão popular. Não se sabe ao certo se esta é a vontade do governador, mas em se tratando de órgão oficial que legitimamente expressa o ideário da gestão, Flávio Dino  acaba por lançar um sistema de exclusão cultural nunca dantes visto no Maranhão. Já vinha sendo sintomático e desvelado: o governador, assim, como a grande maioria dos gestores públicos municipais- tem mania, na área cultural, de fazer do público, privado. Flávio contratou ano passado uma colega de partido político para cantar no Maranhão. Cachê considerado alto se contrapôs aos baixos oferecidos aos artistas maranhenses no estado governado por ele.  

Conceito imutável- Os governos de Roseana Sarney, conhecidos por contemplar a cultura em maior dimensão que o de Flávio Dino, operavam na lógica do culto exacerbado à Cultura Popular, em detrimento da Cultura Erudita e Clássica. No Maranhão da grande literatura, do teatro que se notabilizou no país e da música instrumental, apenas o conceito folclórico justificava toda a gama de expressões culturais. O Maranhão ficou encerrado dentro da cultura popular para o restante do país. A classe artística esperava que a nova gestão, que anunciava a tão exaltada mudança em campanha, imprimisse a dimensão real da cultura existente no Maranhão. Que o estado  fosse tanto popular quanto erudito, tão clássico quanto popular. Não aconteceu: a 15 meses da próxima eleição, o que se viu foi, por mais uma vez, a drástica redução do que já vinha realizando os governos anteriores. E em alguns casos até a extinção de programas que eram executados. Nem mesmo a Cultura Popular foi otimizada por Flávio  e os ultrajes persistem.
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CONSTRUINDO CALCANHAR O governador Flávio: contratação de artista carioca comunista  diante  da falta de plano fonográfico para o Maranhão; movimento cultural pretende dá o troco. 

Há três dias, por ocasião de polêmica envolvendo a realização da histórica Festa de São Marçal realizada todos os anos no João Paulo, o secretário do governador  atacou os organizadores. Tudo porque a instituição responsável pelo evento apresentou orçamento de R$ 117 mil para a festa, o que foi considerado por Diego Galdino uma exorbitância, alguns dias após ele ter contratado em nome da Sectur a empresa Liberty Serviços e Comércio, sediada em Brasíli/DF pela 'bagatela' de R$ 1,1 milhão para realizar serviços de roçagem e capina. O valor, ínfimo e simbólico- haja vista as dimensões da grande Festa de São Marçal-sugerido pelos organizadores causou espanto ao secretário, levando Galdino a querer desqualificar a entidade organizadora.  

Calcanhar de Aquiles e diplomação- Quem foi ao evento na biblioteca pode perceber momento onde a secretaria entrega certificados e diplomas aos escritores participantes. Demonstração de humilhação, diante de nenhuma política implementada por Flávio na literatura nesses quase três anos de governo, o evento foi  ao encontro da insatisfação que se generalizou na área: tanto simpatizantes quanto integrantes diretos do segmento cultural do Maranhão são unânimes em afirmar que a gestão Flávio Dino  é a pior da história cultural do estado até hoje. 
25 escritores maranhenses participaram da 8ª edição do Lançamento Coletivo de Obras Maranhenses, promovido pela Biblioteca Pública Benedito Leite (BPBL). (Foto: Divulgação)
Escritores mostram  livros em encontro realizado pela Sectur na Biblioteca Benedito Leite: em vez de Plano Editorial, seis bandejas de refrigerantes e quatro rodadas de salgadinhos.
Municiados de amplo e irredutível descontentamento, artistas- com exceção de seis cantores que figuram como os músicos oficiais do Palácio -e demais fazedores da cultura tanto popular quanto erudita; gente do cinema, do artesanato, escritores e tantos outros  expoentes do segmento, denunciam estarem enfrentamento tempos sombrios na Cultura do Maranhão. Estão corretos: o governo Flávio Dino não tem , de fato, um programa cultural de gestão para a área essencial, estratégica. Artistas plásticos estão abandonados. Músicos, igualmente. Investimentos públicos para a Cultura só à base da Lei de Incentivo e contratações apenas nas três únicas  festas organizadas anualmente pela Sectur, onde a secretaria funciona como produtora, deslocando-se de seu campo de atuação legitimo que se dar na esfera de órgão público, onde não tem nada a apresentar. 
O governo Flávio Dino cria seu próprio calcanhar de Aquiles. Negando a importância do artista maranhense como formador de opinião; da cultura enquanto área estratégica de gestão e dando de ombros com a crítica acentuada que num crescente irremovível bate à porta da bandeira comunista, segue relegando a último plano as gentes que fazem a cultura de um dos estados mais expressivos do país nesse contexto. Vai ter troco: antes da entrega dos próximos salgadinhos, produtores e artistas pretendem eleger novo governador.

Uma forma de dá um basta a tanta humilhação.

10 comentários:

  1. E nem vai aprsentar meu caro.
    Parabens por mais uma grande reportagem. Vejo todos os dias...

    Secretário x

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  2. Parabéns Fernando, excelente matéria. É importante que toda a sociedade maranhense saiba o que realmente está acontecendo. O governador, através das suas secretarias veem promovendo eventos isolados e mostrando na mídia como se fossem ações contínuas. Os eventos rasos em que o estado vem aparecendo não passam de oportunidades para demonstrar que estão fazendo alguma coisa, quando na verdade, não fazem nada. Todos os segmentos do estado estão abandonados, Cultura, Saúde, Educação, Infraestrutura...

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  3. O DESRESPEITO COMEÇOU COM A TROCA DE SECRETÁRIOS LA NO INICIO
    NEM BOI DA CARA PRETA TA SENDO VALORIZADO LASCOU
    BIBI DO COHABIANO

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  4. Saída pouco ortodoxa: reunir os comerciantes do João Paulo e mais quem quiser colaborar e fazer uma vaquinha para que os festejos possam acontecer. Pobre, mas com dignidade. Mostrar várias faixas no local dizendo que o governo (estadual e municipal) e os seus respectivos secretários são "persona non grata" no bairro. E escorraçar essa raça de vagabundos quando forem pedir votos na região. Fazer uma faixa especial de repúdio a esse tal de Diego Galdino. Eles têm que entender que estão nos seus respectivos cargos para promover o bem estar da população, não para ironizar e tripudiar sobre a cultura tradicional. Isto não pode ser esquecido na hora das urnas.

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  5. O que é 100 mil pra um governo que gasta milhoes por mes em propaganda?
    Que nojo meu povo!

    Sandra-CHH/UFMA

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  6. Se as brincadeiras fazem por amor a cultura porque precisam de verba pra dançar e brincar enquanto a maioria esta trabalhando.

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  7. SE FOSSE ATRAÇÃO DE FORA PAGAVAM CALADINHOS E A PRECO E OURO , AH E ADIANTADO. BRUNO , ALCANTARA-MA

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  8. Esse governo de mentira enrolam so ganhou aquela vez por causa do povo que imaginava que dina fosse diferente e pior durante esses anos que passou não fez nada

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  9. As viúvas sarneyzista se deliciam com factoides.

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  10. ESSA SECRETARIA SÓ EXISTE NO PAPEL E QUANDO APARECE REALMENTE É SO PRA ORGANIZAR FESTA E CACHAÇADA PROJETO DE VERDADE PRA CULTURA QUE É BOM NADA
    PROFESSORA RITA MENESES

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