quinta-feira, 26 de novembro de 2015
A ‘profecia’ de Carlos Drummond de Andrade sobre o
desastre no Rio Doce
A vida imita a arte: pouco antes de sua morte, o
mineiro Carlos Drummond de Andrade publicou o poema que parece ser o retrato do
desastre que destruiu o Rio, antes doce. Leia a íntegra
O poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade foi
considerado um dos mais influentes do século 20. Ao longo de seus 85 anos
publicou mais de 30 livros de poemas, e quase 20 de prosa, além de integrar
antologias poéticas e produzir histórias infantis. Porém, não imaginava que ao
publicar o poema Lira Itabirana estaria
prevendo um dos maiores, quiçá o maior desastre ambiental da história do
Brasil: o rompimento das barragens da Vale-Samacro em Minas Gerais.
Drummond: ''O Rio? É doce. A Vale? Amarga. Ai, antes fosse Mais leve a carga'' |
Há dias o Brasil vive uma de suas maiores tragédias.
A irresponsabilidade da empresa Vale-Samacro pode resultar no fim do Rio Doce,
que, com seus 853 km de extensão, banha os estados de Minas Gerais e Espírito
Santo.
A Vale do Rio Doce-Samarco foi instalada na região
no início da década de 1940 e muitas empresas, atraídas pelas reservas de
ferro, se estabeleceram na cidade natal do poeta, Itabira. Poucos anos antes de
sua morte, em 1984, Drummond publicou o poema que parece ser o retrato do
desastre que destruiu o Rio, antes doce. Leia a íntegra abaixo.
“Lira Itabirana”
I
O
Rio? É doce.
A Vale? Amarga.
Ai, antes fosse
Mais leve a carga.
A Vale? Amarga.
Ai, antes fosse
Mais leve a carga.
II
Entre
estatais
E multinacionais,
Quantos ais!
E multinacionais,
Quantos ais!
III
A
dívida interna.
A dívida externa
A dívida eterna.
A dívida externa
A dívida eterna.
IV
Quantas
toneladas exportamos
De ferro?
Quantas lágrimas disfarçamos
Sem berro?
De ferro?
Quantas lágrimas disfarçamos
Sem berro?
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