domingo, 8 de junho de 2025
00:57
| Postado por
Equipe Baluarte
|
Com base no efeito Orloff (eu
sou você, amanhã), o Brasil acompanha com muito mais interesse o governo de
Javier Milei, na Argentina, e não dá tanta atenção a outro fenômeno
antissistema na América Latina: o presidente Nayib Bukele, de El Salvador. Uma
boa pergunta é saber qual candidato no Brasil de hoje teria mais apelo
eleitoral? Um cabeludo com uma motosserra na mão, ameaçando acabar com a
herança de Getúlio Vargas e Lula, ou um jovem investido no papel de xerife
durão prometendo entupir as cadeias de bandidos,
impedir a Justiça de soltá-los, trazendo de volta a paz às famílias e livrando
comunidades pobres e empresas de extorsão? Assim como no Brasil, grande parte
do território de El Salvador não pertencia ao Estado, mas era dominada
basicamente por duas gangues: Mara Salvatrucha (MS-13) e 18th Street. O tráfico
de drogas era apenas um dos ramos de seus negócios, e não o mais lucrativo,
como começa a ocorrer a passos acelerados com Comando Vermelho e o PCC. A maior
parte do dinheiro das gangues de El Salvador vinha do controle do território.
"As gangues baseavam suas taxas de extorsão na riqueza percebida, variando
de alguns dólares por dia para vendedores ambulantes a pagamentos semanais ou
mensais chegando a milhares de dólares para empresas maiores", segundo
estudo publicado pela InSight Crime, organização que reúne estudos, reportagens
e pesquisas sobre a violência nas Américas. Como no caso específico do Comando
Vermelho, o negócio dos criminosos é o domínio do território. Sem ele, não há
negócios. Outra semelhança: o sistema penitenciário de El Salvador era, como no
Brasil, uma parceria público privada, na qual o Estado entra com a estrutura e
as organizações criminosas, com a gestão. A exemplo das maiores duas facções
brasileiras, as gangues de El Salvador usaram os presídios superlotados para se
organizar, criar estruturas mais hierarquizadas e disciplinadas.
OG
EDIÇÃO DE ANB ONLINE
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