sábado, 19 de abril de 2025
12:44
| Postado por
Equipe Baluarte
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RACHA NA REDE. A Rede Sustentabilidade, partido de Marina Silva, está
rachada. De um lado está o grupo da ministra do Meio Ambiente de Lula e
principal nome da legenda, Marina Silva. De outro, a ex-senadora Heloísa
Helena, ex-PT e ex-PSOL. No congresso do partido realizado no final da semana
passada, em Brasília, o grupo de Heloísa Helena venceu a disputa para comandar
a legenda: 76% a 24%. Paulo Lamac, secretário de Relações Institucionais de
Belo Horizonte, foi eleito porta-voz do partido. O grupo de Marina sustenta que
houve fraudes e irregularidades no processo eleitoral e recorreu à Justiça para
tentar anular o resultado. Antes, já havia tentado suspender a realização do
encontro, mas o pedido foi negado. Apesar de ser o nome de maior expressão na legenda,
Marina e seus aliados cogitam deixar o partido. Um trio de Marinas existente na
Rede – a ministra e suas duas xarás, a deputada estadual paulista Marina Helou
e a vereadora paulistana Marina Bragante -, já estariam sendo sondadas pelo
PSB. O deputado federal Túlio Gadelha (PE), do grupo contrário a Heloísa
Helena, é outro que pode deixar o partido e retornar ao PDT, de onde havia
saído. Em 2022, a Rede elegeu dois deputados federais, Gadelha e Marina Silva,
que depois foi convidada a assumir o ministério. O lugar da hoje ministra na
Câmara foi ocupado pela suplente Luciene Cavalcante (SP), do PSOL, que faz
parte da mesma federação que a Rede. Militantes do partido dizem que
a Rede discute no momento se deve seguir um caminho mais à esquerda
ou mais neutro ideologicamente. As divergências internas vêm ocorrendo desde a
eleição de Lula, em 2022. Os dois grupos que se opõem no partido – o “Rede
Vive”, de Marina, e o “Rede pela Base”, de Lamac e Heloísa Helena – apoiam o
governo. O “Rede pela Base” diz, no entanto, que apesar do apoio, não deixa de
fazer críticas à gestão Lula. “Quando tivermos críticas, vamos fazer”, diz
Pedro Ivo, fundador da Rede e porta-voz do partido no Distrito Federal, membro
da Executiva nacional e ex-assessor de Marina no Ministério do Meio Ambiente
(no primeiro governo Lula) e também no Senado. Atualmente, ele está no lado
oposto à ministra no partido. Pedro diz que o grande dilema da Rede é decidir
“se é um partido de esquerda ecológico ou um partido que não é de esquerda nem
de direita, se caminha para ser um partido ecossocialista ou um partido
desprovido de ideologia”. Segundo ele, o “Rede Vive” defende um partido
“sustentabilista progressista”, que seria mais neutro ideologicamente. “É
preciso definir como a Rede se posiciona no mundo, perante um projeto de país e
de mundo, nessa conjuntura de crise civilizatória, cujo ápice é a crise
ambiental planetária e a crise climática. Se a Rede se coloca como um partido
de esquerda, democrático e ecologista, ou um partido que nem é de esquerda nem
é de direita, com um conteúdo muito difuso”, afirma o dirigente. A Reportagem também procurou Marina Silva e outras duas dirigentes ligadas à ministra, mas
não obteve um posicionamento do grupo sobre a crise.
PLATÔ
EDIÇÃO DE ANB ONLINE
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