domingo, 29 de setembro de 2019

NO RIO 

Em carta encaminhada ao governador Wilson Witzel, ao presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, desembargador Claudio de Mello Tavares, ao presidente da ALERJ, deputado André Luiz Ceciliano, e ao Procurador-Geral de Justiça, José Eduardo Ciotola Gussemn, a diretoria da Associação Brasileira de Imprensa – ABI pede a proteção do jornalista João Paulo Saconi, repórter da “Época”, e do influenciador digital Felipe Neto, ameaçados nas redes sociais.
As ameaças, como lembra a carta assinada pelo presidente da ABI, Paulo Jeronimo de Sousa e pelo vice-presidente, Cid Benjamin, que também preside a Comissão de Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da entidade, são frutos do “tempo de intolerância e da repressão ao pensamento” ao qual se referiu recentemente o ministro Celso de Mello, decano do Na sua manifestação à jornalista Mônica Bérgamo em protesto contra a censura que se tentou impor na Bienal do Livro, o decano do STF, em oportuna manifestação, como ressaltam Pagê e Cid Benjamin, alertou que “um novo e sombrio tempo se anuncia: o tempo da intolerância, da repressão ao pensamento, da interdição ostensiva ao pluralismo de ideias e do repúdio ao princípio democrático!!!!”.
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As ameaças, como lembra a carta assinada pelo presidente, Paulo Jeronimo de Sousa e pelo vice-presidente, Cid Benjamin, que também preside a Comissão de Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da entidade, são frutos do “tempo de intolerância e da repressão ao pensamento”.
A diretoria da ABI entende que as ameaças feitas ao repórter de Época por conta de uma matéria publicada na revista – independentemente do juízo de valor que se faça dela – bem como os ataques ao influenciador digital em consequência de sua iniciativa de distribuir livros que seriam alvo de censura, não podem passar impunemente:
“Isto é inaceitável, independentemente de eventuais críticas que possam ser feitas à matéria assinada por João Saconi, e à ação de Felipe Neto”, diz a carta, alertando em seguida:
“Em uma sociedade democrática, na qual críticas e divergências precisam ser vistas com naturalidade ou, se for o caso, questionadas através do devido processo legal, tornam-se inaceitáveis tais práticas, com ameaças e incentivos à violência, muitas vezes desferidas de forma covarde por surgirem em redes sociais onde nem sempre os autores são identificados de forma clara e transparente”.
No documento, encaminhado na tarde de terça-feira (17/09), a ABI alerta que “o Rio de Janeiro, que já tem sido palco de cenas de violência, não pode permitir que surjam novas vítimas da intolerância”.
Após externar a preocupação da entidade com essas novas ameaças, a ABI “clama para que sejam tomadas providências, dentro de suas respectivas áreas de atuação, não apenas para garantir a integridade física de João Saconi e Felipe Neto, bem como providenciando a rápida identificação e responsabilização dos autores de tais ameaças”.
Entende a diretoria da ABI que as autoridades por ela procuradas podem e devem cuidar da segurança dos dois comunicadores, tal como de todos os cidadãos que estão dentro do território do Estado do Rio de Janeiro.
Mais ainda, espera que estas autoridades investiguem os fatos para chegarem nos responsáveis por tais ameaças, de formas a puni-los dentro do devido processo legal.

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