sexta-feira, 27 de setembro de 2019
Em palestra na UFPR, em Curitiba,
Ricardo Galvão disse também que Inpe ficou mais conhecido após ataques de
Bolsonaro
Um auditório com estudantes e professores que sentaram no
chão devido a superlotação da palestra do ex-diretor do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) Ricardo Galvão, na Universidade
Federal do Paraná (UFPR). Como parte da programação do Seminário de
Pós-graduação em Física, a palestra “O Inpe e o monitoramento dos Biomas
brasileiros”, aprofundou conhecimentos sobre o Instituto e levantou o debate
sobre a divulgação dos dados referentes ao desmatamento na Amazônia.
Uma das primeiras afirmações de Ricardo Galvão foi
considerar que sua exoneração e todo debate sobre os dados do
desmatamento da Amazônia, acabaram por fortalecer o Inpe. “Muitas pessoas me
encontram na rua e dizem que não sabiam da existência do INPE e tudo o que ele
faz. Os ataques do governo contra o Inpe, acabaram por fortalece-lo”, relatou.
O físico de 71 anos foi exonerado no dia 2 de
agosto do comando do instituto que é responsável por realizar monitoramento
e estudos, por exemplo, do desmatamento na Amazônia e outro biomas. A exoneração aconteceu após a divulgação
de dados de satélites do instituto que indicaram um aumento de 68% do
desmatamento na primeira quinzena de julho em relação ao mesmo período do ano
anterior. Bolsonaro desferiu críticas ao diretor e chegou a dizer que
Galvão estaria a "serviço de alguma ONG".
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Galvão considerou que sua exoneração, e todo debate sobre os dados do desmatamento da Amazônia, acabaram por fortalecer o Inpe.
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Sobre a divulgação dos dados a respeito do desmatamento da
Amazônia, ele explicou tratar-se de um das tarefas corriqueiras do
Instituto. “A regulamentação que determina a divulgação dos dados para a
população. O Plano de Dados Abertos obriga toda instituição pública dar
publicidade aos dados”, explicou.
O ex-diretor destacou que o mais preocupante foi que o
governo brasileiro foi alertado e não tomou atitude: “Em janeiro foram
1.300 alertas de desmatamento e nenhum movimento feito pelo Ibama. Em julho,
foram 1.800 alertas e nada foi feito”, contou.
“Foram 15 alertas por dia de abril a julho, sem nenhuma
providência tomada pelo governo”, concluiu, afirmando também que uma das
grandes causas do desmatamento são os discursos antiambientalistas
do presidente. “As ameaças e as liberações do governo fragilizaram as
inspeções, por exemplo, que deviam ser feitas pelo Ibama”, assinalou.
Por fim, Galvão considerou que a polêmica em torno de sua
exoneração só fez crescer a importância do debate amplo na sociedade sobre a
produção da ciência brasileira. “Tenho visto muita gente reconhecendo que
quando se trata de questões científicas, não existe autoridade acima da
soberania da ciência,” disse.
O cientista aplaudido de pé encerrou dizendo que
continuará perseguindo o objetivo de fazer com que a sociedade não seja iludida
e venha lutar junto. “É preciso, por exemplo, conscientizar a todos que apagar
o fogo das queimadas é apagar o efeito. O que é preciso urgentemente é combater
o desmatamento. Por isso, é preciso cobrar que o monitoramento seja feito e que
os dados levem o governo a ação”, asseverou.
Ana Carolina Caldas
Edição de Rodrigo Chagas
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