sábado, 14 de abril de 2018
PRISIONEIROS DA LAVA JATO
Curitiba, 3 de abril, terça-feira, quatro dias antes da prisão do ex-presidente Lula. Por volta das 20 horas, o juiz Sergio Moro chega a um restaurante num bairro nobre de Curitiba, escolhe uma mesa num canto afastado, perto da entrada da cozinha, protegido por uma mureta que dificulta olhares curiosos. O lugar está praticamente vazio. O juiz senta estrategicamente de costas para a entrada para evitar ser visto, mas parece incomodado por não conseguir observar o movimento. Olha para trás várias vezes, como se estivesse mapeando o ambiente ao seu redor. Aos poucos, o restaurante vai enchendo, o que só aumenta a inquietação. Naquela noite, para aparecer em público como um cidadão qualquer, para ter um pouco de privacidade, para beber uma taça de vinho, o juiz havia driblado o rigoroso esquema de segurança montado para protegê-lo.
Brasília, 11 de abril, quarta-feira, quatro dias após a
prisão de
Lula. Desde que assumiu o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
em 2015, Edson Fachin cumpre uma rotina espartana. Acorda sempre antes das 8
horas, faz uma caminhada, revisa alguns processos e segue para o trabalho. Com
raríssimas
exceções, não
costuma ir a festas nem participar da agenda social da capital. Quando não está no
Supremo, está em casa. Nos pilotis do prédio
onde mora, seguranças observam atentos quem entra e quem sai, abordam
visitantes desconhecidos, anotam a placa dos carros. As raríssimas
incursões que
o ministro faz fora do Supremo são acompanhadas de perto por uma equipe de vigilância. Às 8 da
manhã de
quarta-feira, o ministro desceu para sua caminhada diária,
seguido de perto por dois homens que deslizavam a mão
sobre o coldre escondido debaixo da camisa todas as vezes que alguém se
aproximava.
Sergio Moro e Edson Fachin, cada um à sua maneira, também são prisioneiros da Lava Jato. Moro é o
responsável
pela operação em Curitiba, o juiz que desmantelou a monumental
organização
criminosa que tomou de assalto o Estado brasileiro, o autor da ordem de prisão
contra o ex-presidente Lula na semana passada. Fachin é o
relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), o encarregado de homologar
as delações
premiadas que envolvem os figurões da República, o ministro que negou ao ex-presidente Lula
duas tentativas de escapar da cadeia, a última delas horas antes de ele se entregar à Polícia
Federal. Ambos são alvos da fúria de militantes do PT e de outras organizações
radicais. Ambos estão ameaçados de morte, perderam a liberdade de ir aonde
quiserem, à hora que quiserem, e são
alvos de ataques que atingiram também as respectivas famílias. Por questões de segurança, os juízes não falam sobre o assunto.
Curitiba, 3 de abril, terça-feira, quatro dias antes da prisão do ex-presidente Lula. Por volta das 20 horas, o juiz Sergio Moro chega a um restaurante num bairro nobre de Curitiba, escolhe uma mesa num canto afastado, perto da entrada da cozinha, protegido por uma mureta que dificulta olhares curiosos. O lugar está praticamente vazio. O juiz senta estrategicamente de costas para a entrada para evitar ser visto, mas parece incomodado por não conseguir observar o movimento. Olha para trás várias vezes, como se estivesse mapeando o ambiente ao seu redor. Aos poucos, o restaurante vai enchendo, o que só aumenta a inquietação. Naquela noite, para aparecer em público como um cidadão qualquer, para ter um pouco de privacidade, para beber uma taça de vinho, o juiz havia driblado o rigoroso esquema de segurança montado para protegê-lo.
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Nos pilotis do prédio
onde mora, seguranças observam atentos quem entra e quem sai, abordam
visitantes desconhecidos, anotam a placa dos carros. |
Ameaçado, o juiz Sergio Moro é escoltado 24 horas por dia, usa disfarce e evita lugares públicos. |
AS INFORMAÇÕES SÃO DA
REPÓRTER LARISSA BORGES
EDIÇÃO DA AGÊNCIA BALUARTE
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