terça-feira, 2 de janeiro de 2018
Um menino de onze
anos está entre as pessoas que perderam a vida; 450 foram detidas desde sábado
A crise desencadeada no Irã pelos protestos contra os líderes da República Islâmica se agravou nesta segunda feira, 1o de janeiro, com manifestações e o anúncio de que outras nove pessoas (seis manifestantes, um menino de 11 anos, um policial e um integrante da Guarda Revolucionária) foram incluídas no número de mortos, que já são mais de 20, segundo a televisão estatal. Fontes oficiais indicaram que pelo menos 12 pessoas, incluindo um policial, perderam a vida em diversos incidentes no domingo.
Rouhani convocou uma sessão extraordinária com os chefes das Comissões do Parlamento. “Os protestos recentes parecem ser uma ameaça, mas são uma oportunidade que temos de ver qual é o problema”, declarou o presidente, de acordo com o jornal Tehran Times, num gesto para acalmar os setores sociais que, indignados com os casos de corrupção e a falta de direitos, realizaram intensos protestos nos últimos cinco dias no país inteiro.
Nas ruas centrais de Teerã, como vem ocorrendo nos últimos dias, a presença policial foi constante frente a novos protestos e concentrações. Na praça Ferdowsi, no centro da capital, os manifestantes incendiaram vários carros. Na rua Felestin, atearam fogo a caçambas de lixo. As unidades antidistúrbios detiveram dezenas de pessoas.
“Espero que as autoridades ouçam os gritos das pessoas e mudem de política. É uma pena que as coisas cheguem a esse extremo, como aconteceu na Síria e no Iraque”, disse Siavash, um engenheiro civil que ia buscar a filha numa academia na rua Zartosht, centro de Teerã.
Os iranianos acompanham com prudência a evolução dos protestos dos últimos dias. São muitos os que não estão contentes com a situação do país, mas têm na memória os conflitos internos da Síria e do vizinho Iraque.
Em muitas cidades do Irã, também houve manifestações de apoio ao sistema islâmico e de repúdio aos atos de protesto, atribuídos a “agentes estrangeiros”, “inimigos do islã” e “ignorantes”. As manifestações são o sinal do fracasso das políticas do sistema para unificar e aproximar os diferentes setores sociais, expondo a polarização da sociedade iraniana.
A crise desencadeada no Irã pelos protestos contra os líderes da República Islâmica se agravou nesta segunda feira, 1o de janeiro, com manifestações e o anúncio de que outras nove pessoas (seis manifestantes, um menino de 11 anos, um policial e um integrante da Guarda Revolucionária) foram incluídas no número de mortos, que já são mais de 20, segundo a televisão estatal. Fontes oficiais indicaram que pelo menos 12 pessoas, incluindo um policial, perderam a vida em diversos incidentes no domingo.
A crise desencadeada no Irã pelos protestos contra os líderes da República Islâmica se agravou nesta segunda feira, 1o de janeiro, com... |
Seis manifestantes
morreram em confrontos com as forças de segurança quando tentavam ocupar uma
delegacia da cidade de Qahderijan, na província de Isfahán, informou a
televisão. Um menino de 11 anos morreu e seu pai ficou ferido por disparos de
manifestantes em Khomeyni Shahr, ainda segundo a fonte, enquanto um membro da
Guarda Revolucionária, a força de elite iraniana, morreu vítima de um tiro de
rifle de caça em Kahriz Sang.
Centenas de pessoas
foram presas nos últimos dias em todo o país. A TV estatal indicou que centenas
foram detidas na noite de segunda-feira na província de Isfahán. Somente em
Teerã, cerca de 100 manifestantes foram presos na segunda, segundo fontes
oficiais citadas pela Reuters. Na capital, o total de presos desde sábado chega
a 450.
Somente em Teerã, cerca de 100 manifestantes foram presos na segunda, segundo fontes oficiais citadas pela Reuters. Na capital, o total de presos desde sábado chega a 450. |
O presidente
iraniano, Hasan Rouhani, tentou enviar uma mensagem de unidade num momento de
extrema tensão. Após cinco dias seguidos de protestos e distúrbios nas ruas da
maioria das cidades do país, na segunda-feira a situação piorou quando os meios
de comunicação oficiais informaram sobre a morte de pelo menos 12 manifestantes
em várias localidades. Um policial também morreu e três ficaram feridos em
confrontos na localidade de Najafabad (centro do país).
Rouhani convocou uma sessão extraordinária com os chefes das Comissões do Parlamento. “Os protestos recentes parecem ser uma ameaça, mas são uma oportunidade que temos de ver qual é o problema”, declarou o presidente, de acordo com o jornal Tehran Times, num gesto para acalmar os setores sociais que, indignados com os casos de corrupção e a falta de direitos, realizaram intensos protestos nos últimos cinco dias no país inteiro.
Nas ruas centrais de Teerã, como vem ocorrendo nos últimos dias, a presença policial foi constante frente a novos protestos e... |
Ao mesmo tempo, o
mandatário pediu “ao povo iraniano que não permita que uma pequena minoria
blasfema se infiltre em suas fileiras”, o que abre o caminho para reações mais
violentas das forças de segurança contra os manifestantes. Em Qazvin, a oeste
da capital, ouviram-se disparos.
Nas ruas centrais de Teerã, como vem ocorrendo nos últimos dias, a presença policial foi constante frente a novos protestos e concentrações. Na praça Ferdowsi, no centro da capital, os manifestantes incendiaram vários carros. Na rua Felestin, atearam fogo a caçambas de lixo. As unidades antidistúrbios detiveram dezenas de pessoas.
“Esses protestos não
vão a nenhum lugar”, manifestava Alireza, um estudante da Universidade de Teerã
que tentava se salvar em meio ao ambiente de tensão na rua Karegar. São muitos
os cidadãos que têm essa opinião. Apesar das exigências de melhoras econômicas
e outras reformas, eles não estão dispostos a arriscar a vida enquanto não
puderem vislumbrar uma saída concreta para os problemas.
Sociedade polarizada
“Espero que as autoridades ouçam os gritos das pessoas e mudem de política. É uma pena que as coisas cheguem a esse extremo, como aconteceu na Síria e no Iraque”, disse Siavash, um engenheiro civil que ia buscar a filha numa academia na rua Zartosht, centro de Teerã.
Os iranianos acompanham com prudência a evolução dos protestos dos últimos dias. São muitos os que não estão contentes com a situação do país, mas têm na memória os conflitos internos da Síria e do vizinho Iraque.
“Espero que as autoridades ouçam os gritos das pessoas e mudem de política. É uma pena que as coisas cheguem a esse extremo, como aconteceu na Síria e no Iraque”. |
O Ministério de
Inteligência advertiu, nesta segunda, que “as concentrações dos últimos dias
que procuravam expressar algumas das exigências deram oportunidade à presença
de alguns elementos suspeitos e violentos para provocar agitações e tumultos,
que causaram prejuízos humanos e materiais”. E acrescentou: “Alguns dos
agitadores e instigadores foram reconhecidos e detidos.”
Ao mesmo tempo,
alguns usuários de redes sociais afirmam ter recebido mensagens de escritórios
provinciais dos serviços secretos advertindo contra a participação nos
protestos.
Em muitas cidades do Irã, também houve manifestações de apoio ao sistema islâmico e de repúdio aos atos de protesto, atribuídos a “agentes estrangeiros”, “inimigos do islã” e “ignorantes”. As manifestações são o sinal do fracasso das políticas do sistema para unificar e aproximar os diferentes setores sociais, expondo a polarização da sociedade iraniana.
AS INFORMAÇÕES SÃO DO
EL PAÍS
EDIÇÃO DE FERNANDO
ATALLAIA
Assinar:
Postar comentários
(Atom)
Postagens mais visitadas
-
A TORRE DE VIGIA E O CÉU AZUL DOS ALBATROZES Por Rossini Corrêa Fernando Atallaia é um artista multimídia-jornalista, compositor, poeta, ...
-
A nudez despudorada POR FERNANDO ATALLAIA DIRETO DA REDA ÇÃ O Um grupo de mulheres vem tirando a roupa nas noites de São Luís ...
-
Entre Ela e Aquelas Vem a desordem e a tortura Afunilamento da loucura Os totens malditos e sagrados Tudo ao temp...
-
Os mais de 230 mil ribamarenses distribuídos nas áreas Limítrofes, Sede, Vilas e Zona Rural caem no debate das eleições a 19 meses do pleito...
-
Conhecido na capital maranhense como o ‘Rei das Putas’, Elbo Bayma agenciava modelos, patricinhas e congêneres POR FERNANDO ATALLAIA ...
-
Estratégia do grupo é esvaziar o campo oposicionista a 17 meses do pleito POR FERNANDO ATALLAIA EDITOR DE BALNEÁRIA DA AGÊNCIA BALUARTE ...
-
SÃO JOSÉ DE RIBAMAR ‘PEGANDO FOGO’ Ex-comandante da Guarda Municipal deve concorrer à vaga na Câmara POR FERNANDO ATALLAIA EDITOR DE E...
-
Ex-presidente do SINDGUARDA, GCM foi fundamental para o recuo da intenção POR FERNANDO ATALLAIA EDITOR DE BALNEÁRIA DA AGÊNCIA BALUARTE ...
-
Encerramento do Agosto Dourado reúne mães e profissionais da Saúde em São José de Ribamar Para marcar o encerramento das ações em comemor...
-
Enfermos estão abandonados à própria sorte no Socorrão II Esposo da secretária de Saúde é vereador na capital maranhense Prefeito ...
Pesquisar em ANB
Nº de visitas
Central de Atendimento
FAÇA PARTE DA EQUIPE DA AGÊNCIA DE NOTÍCIAS BALUARTE
Denúncias, Sugestões, Pautas e Reclamações: agencia.baluarte@hotmail.com
atallaia.baluarte@hotmail.com
Sua participação é imprescindível!
Denúncias, Sugestões, Pautas e Reclamações: agencia.baluarte@hotmail.com
atallaia.baluarte@hotmail.com
Sua participação é imprescindível!
0 comentários:
Postar um comentário