segunda-feira, 11 de dezembro de 2017
Após 20 anos, Mercosul e União Europeia se aproximam de acordo comercial
Carne e etanol são os últimos
obstáculos a resolver em Buenos Aires.
“Estamos possivelmente ante o maior
acordo entre regiões firmado até hoje.” A secretária de Estado de Comércio
espanhola, María Poncela, define assim o pacto de livre comércio entre a União
Europeia e o Mercosul que as duas partes estão finalizando nestes dias em
Buenos Aires, em paralelo à XI Cúpula da Organização Mundial do Comércio (OMC).
O diálogo começou há 18 anos, mas ganhou vigor depois das mudanças políticas na
Argentina e Brasil, e restam poucos obstáculos para fechar o acordo definitivo.
O principal são as exportações agropecuárias, cuja entrada no mercado europeu
encontra a resistência da França, Irlanda e Polônia.
Antes da abertura da cúpula da OMC,
o presidente argentino, Mauricio Macri, se reuniu durante uma hora com seus
pares do Mercosul. O brasileiro Michel Temer, o paraguaio Horacio Cartes e o
uruguaio Tabaré Vázquez viajaram para Buenos Aires em um claro sinal político
de respaldo às negociações. Nas cláusulas importantes trabalham os ministros do
Comércio dos países sul-americanos e uma delegação europeia encabeçada pela
comissária Cecilia Malmström. A confluência em uma mesma cidade de todos os
negociadores acelerou os tempos.
“O acordo com a Europa é quase o
único que falta na América Latina. As negociações estão abertas e estamos
esperançosos de que terminaremos nestes dias com uma declaração sobre a
assinatura do acordo. Uma maior modernidade em sua economia vai ajudar esta
região, e as empresas europeias terão acesso a determinados setores em que
agora é difícil entrar”, disse Poncela a órgãos da mídia espanhola.
“Este é um acordo político de uma envergadura extraordinária”, declarou a um grupo de jornalistas nesta segunda-feira o chanceler argentino, Jorge Faurie. |
Tanto a UE como o Mercosul estão
interessados em firmar o acordo quanto antes, mas ainda não está claro se será
anunciado em Buenos Aires, no fechamento da reunião da OMC, ou será adiado até
o dia 21, quando o Brasil vai sediar a cúpula de presidentes do bloco. Os dois
países se empenham em fechar o acordo em casa.
As negociações se concentram em
dois aspectos: a cota de entrada das exportações agropecuárias na Europa e os
prazos para liberar o intercâmbio de bens industriais. Na última rodada de
negociações, a Europa aceitou ampliar a cota de carne bovina que pode entrar
sem tarifas, mas o Mercosul ainda a considera insuficiente. O acordo contempla
o livre acesso de 70.000 toneladas de carne por ano, equivalentes a 1% do total
do consumo europeu, mas ainda assim os pecuaristas franceses pressionam para
evitar que seja maior. O Brasil, por sua vez, quer também aumentar o porcentual
de etanol que pode vender ao mercado europeu, mas a Europa resiste.
Com relação aos bens industriais,
as partes negociam “cestas” de liberalização de produtos e em quantos anos
poderão começar sem tarifas. A Europa quer que sejam dez anos e o Mercosul
busca estendê-la para quinze. Os empresários da Argentina e Brasil temem que
prazos mais curtos ameacem uma indústria protegida por altas tarifas e em
muitos casos pouco competitiva.
“Este é um acordo político de uma
envergadura extraordinária”, declarou a um grupo de jornalistas nesta
segunda-feira o chanceler argentino, Jorge Faurie. “É muito mais que etanol e
carne, é comércio, é investimento, é trabalho e acesso às tecnologias”,
acrescentou, no âmbito da cúpula da OMC. O titular da pasta de Relações
Exteriores ressaltou que nos 18 anos que se passaram desde que ambos os blocos
se sentaram para negociar pela primeira vez o eixo comercial se deslocou do
Atlântico para o Pacífico, e o acordo pode ajudar a reativá-lo. Resta agora
saber se o anúncio do pacto incluirá todos os aspectos comerciais ou se
limitará aos aspectos políticos. Os pontos mais quentes, de todo modo, podem
ser deixados mais para a frente.
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EDIÇÃO DA AGÊNCIA BALUARTE
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