quarta-feira, 30 de agosto de 2017
Michel Temer coloca
seu pacote de privatizações na vitrine chinesa
Mais do que
participar da cúpula dos chefes de Estado dos BRICS, o presidente brasileiro
Michel Temer (PMDB) chega nesta quinta-feira à China em uma visita de Estado
com a estratégica missão de vender parte de seu incerto programa de
privatização de 57 empresas públicas do Brasil, o maior em 20 anos, que inclui
a gigante Eletrobrás, o aeroporto de Congonhas e até a Casa da Moeda, além de várias
obras de infraestrutura. As empresas serão expostas como em vitrines ao
chineses, ávidos investidores no país, mas representantes dos outros países no
encontro _Rússia, África, Índia e África do Sul_ não serão deixados de lado.
A China é o principal parceiro comercial brasileiro. No ano passado, a balança comercial entre os dois países atingiu a cifra de 58,4 bilhões de dólares – sendo 35,1 bilhões de exportação brasileira e 23,3 bilhões em importações. Além disso, O Brasil se transformou nos últimos dois anos no principal beneficiário das linhas de crédito dos bancos chineses. Essas instituições concederam no ano passado empréstimos no valor de 15 bilhões de dólares (47 bilhões de reais), máximo histórico que coincidiu com um dos anos mais conturbados em política e economia no Brasil.
Temer abordou os
eventuais negócios entre Brasil e China em entrevista à emissora de TV estatal
chinesa CCTV, nesta semana. “Esperamos que a China possa se interessar de
participar desses eventos, dessas concessões que nós vamos fazer, para se
trazer naturalmente capital para o Brasil”. O embaixador do Brasil no país
asiático, Marcos Caramuru, acredita que os empresários chineses teriam
interesse nas áreas de energia elétrica, rodovias, ferrovias e portos. “Tem
ativos na área de infraestrutura que vão interessar aos chineses e fazer com
que eles se posicionem para participar dos leilões. A China foi o país que mais
investiu em infraestrutura no mundo. Por trás disso, eles têm uma capacidade de
financiamento robusta”, disse Caramuru à Agência Brasil.
Do lado chinês,
também não faltaram loas públicas ao Brasil, por meio da agência oficial
Xinhua, controlada pelo Governo comunista. A agência, usada também para enviar
mensagens diplomáticas, publicou entrevista na qual Wu Baiyi, diretor do Instituto
de América Latina da Academia Chinesa de Ciências Sociais, diz que a relação
bilateral entre Brasil e China tem um papel central tanto dentro dos Brics, que
completa dez anos de formação, como nas relações de Pequim com o resto da
América Latina. "Brasil, como coração da cooperação China-América Latina,
pode compartilhar suas experiências com a China com outros países da
região", diz o texto. O tom é bem mais positivo do que o usado logo que
Temer assumiu o poder e sua diplomacia deu sinais contraditórios a respeito da
prioridades do BRICS na agenda da política externa brasileira. O recebimento do
mandatário brasileiro em visita de Estado, a mais solene da hierarquia diplomática,
também é um sinal do melhor momento nas relações.
Temer deixou o Brasil na terça-feira e tem volta prevista para 6 de setembro. Entre os dias 31 agosto e 2 de setembro, encontrará com o presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro ministro Li Keqiang. Participará também de um evento com empresários sino-brasileiros. Entre os dias 3 e 5, estará na cidade de Xiamen, onde ocorrerá o encontro dos BRICS. Nesse período, o presidente também se encontrará com os primeiros ministros da Tailândia, Prayut Chan-o-cha, e da Índia, Narendra Modi.
O presidente levou
consigo uma longa comitiva de políticos. São sete ministros e 11 deputados
federais. Defensores de primeira hora do Planalto, como o trio de ferro na
Câmara, Darcísio Perondi (PMDB-RS), Carlos Marun (PMDB-MS) e Beto Mansur
(PRB-SP), ganharam uma espécie de prêmio pela lealdade: foram incluídos no
avião presidencial.
Com a viagem de
Temer, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), assumiu interinamente a
presidência, o que deve atrapalhar o andamento da reforma política –já com
dificuldades de tramitação, o tema ficou paralisado. Parte dos deputados de
oposição tenta obstruir os trabalhos, que estão sendo conduzidos pelo
inexperiente deputado André Fufuca (PP-MA). A expectativa é que as votações de
projetos relevantes só ocorram depois que Maia retorne ao seu posto, o que só
deve ocorrer na véspera de feriado em comemoração à independência do Brasil.
Presidente chega na
quinta-feira em Pequim para uma visita de Estado e um encontro dos BRICS
Pequim envia sinal de
que elo com Brasil é "coração" da relação do país com a América
Latina.
A China é o principal parceiro comercial brasileiro. No ano passado, a balança comercial entre os dois países atingiu a cifra de 58,4 bilhões de dólares – sendo 35,1 bilhões de exportação brasileira e 23,3 bilhões em importações. Além disso, O Brasil se transformou nos últimos dois anos no principal beneficiário das linhas de crédito dos bancos chineses. Essas instituições concederam no ano passado empréstimos no valor de 15 bilhões de dólares (47 bilhões de reais), máximo histórico que coincidiu com um dos anos mais conturbados em política e economia no Brasil.
Temer abordou os eventuais negócios entre Brasil e China em entrevista à emissora de TV estatal chinesa CCTV, nesta semana. “Esperamos que a China possa se... |
Temer deixou o Brasil na terça-feira e tem volta prevista para 6 de setembro. Entre os dias 31 agosto e 2 de setembro, encontrará com o presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro ministro Li Keqiang. Participará também de um evento com empresários sino-brasileiros. Entre os dias 3 e 5, estará na cidade de Xiamen, onde ocorrerá o encontro dos BRICS. Nesse período, o presidente também se encontrará com os primeiros ministros da Tailândia, Prayut Chan-o-cha, e da Índia, Narendra Modi.
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