quinta-feira, 5 de janeiro de 2017
Uma longa lista de desejos
Vai ser difícil esquecer 2016 pelas péssimas memórias, a corrupção lavando à Jato, os populismos de
esquerda ou de direita espalhados pelo mundo , Turquia, Polônia, Hungria
de um lado, Venezuela, Cuba de outro — e passando por aqui.
Já que estamos em 2017, para o jornalismo temos muito a desejar. A lista é longa:
Que a cultura ocupe mais espaço na mídia que a economia.
Que a economia ganhe mais espaço que a política.
Que as manchetes de política não sejam sinônimo de corrupção.
Que a corrupção não conste de todas as matérias da rubrica política.
Que os jornais de TV e rádio se dissociem da cobertura policial ,sangue , assassinatos, estupros.
Que a cobertura do Rio de Janeiro fique distante da violência e que da paisagem da Cidade Maravilhosa não constem fuzis, barricadas, coletes anti-balas.
Que o pastor e prefeito eleito do Rio, Marcelo Crivella, troque os votos
que fez em seu discurso de posse de, “em vez de qualquer acusação de
jornal, uma oração em favor da vida humana…”, para “que continuem as
acusações de jornal em favor da vida humana”.
Que a mídia nos presenteie com artigos, matérias e notícias que façam pensar, refletir, produzir, substituindo a atual obsessão por corrupção, violência , desemprego.
Que a sociedade brasileira refletida na mídia não nos deprima ou nos afaste tanto do comportamento das sociedades do Primeiro Mundo, e que não nos envergonhe com deslumbramentos, mesquinharias, ignorâncias.
Que os profissionais que cobrem cultura no rádio e TV aprendam a pronúncia francesa e não poluam nossos ouvidos pronunciando qualquer idioma com sotaque fajuta aprendido nos filmes americanos.
Que ao ler ou ouvir notícias, o brasileiro recupere o orgulho de ser cidadão.
Que possamos elogiar ao menos uma medida publicada entre as adotadas por um governante, seja ele quem for.
Que as redes sociais não confundam, chutem ou enrolem tanto.
Que a imprensa brasileira seja bem escrita e ilustrada, e dê prazer em ler e ver.
Que surjam mais Piauís ou que, pelo menos, a já existente não desapareça.
Que as páginas de cultura tratem de cultura e não de blockbusters.
Que a educação seja prioridade dos governos para leitores, ouvintes. Que os inventivos criadores de blogs não assassinem a língua portuguesa solapada por asaps, memora, xos, spoilers; que desenvolvam capacidade crítica e não embarquem nos populismos de um lado ou do outro.
Que a imprensa de papel sobreviva junto com a virtual, assim como o papel e a caneta Bic.
Que o essencial seja o conteúdo e não o suporte.
Que o pensamento mágico não se destrua por falta de alimento da mídia.
Que assim seja 2017 no jornalismo.
Alberto Dines é jornalista, escritor e cofundador do Observatório da Imprensa
Por Alberto Dines |
Já que estamos em 2017, para o jornalismo temos muito a desejar. A lista é longa:
Que a cultura ocupe mais espaço na mídia que a economia.
Que a economia ganhe mais espaço que a política.
Que as manchetes de política não sejam sinônimo de corrupção.
Que a corrupção não conste de todas as matérias da rubrica política.
Que os jornais de TV e rádio se dissociem da cobertura policial ,sangue , assassinatos, estupros.
Que a cobertura do Rio de Janeiro fique distante da violência e que da paisagem da Cidade Maravilhosa não constem fuzis, barricadas, coletes anti-balas.
Que a mídia nos presenteie com artigos, matérias e notícias que façam pensar, refletir, produzir, substituindo a atual obsessão por corrupção, violência , desemprego.
Que a sociedade brasileira refletida na mídia não nos deprima ou nos afaste tanto do comportamento das sociedades do Primeiro Mundo, e que não nos envergonhe com deslumbramentos, mesquinharias, ignorâncias.
Que os profissionais que cobrem cultura no rádio e TV aprendam a pronúncia francesa e não poluam nossos ouvidos pronunciando qualquer idioma com sotaque fajuta aprendido nos filmes americanos.
Que ao ler ou ouvir notícias, o brasileiro recupere o orgulho de ser cidadão.
Que possamos elogiar ao menos uma medida publicada entre as adotadas por um governante, seja ele quem for.
Que as redes sociais não confundam, chutem ou enrolem tanto.
Que a imprensa brasileira seja bem escrita e ilustrada, e dê prazer em ler e ver.
Que surjam mais Piauís ou que, pelo menos, a já existente não desapareça.
Que as páginas de cultura tratem de cultura e não de blockbusters.
Que a educação seja prioridade dos governos para leitores, ouvintes. Que os inventivos criadores de blogs não assassinem a língua portuguesa solapada por asaps, memora, xos, spoilers; que desenvolvam capacidade crítica e não embarquem nos populismos de um lado ou do outro.
Que a imprensa de papel sobreviva junto com a virtual, assim como o papel e a caneta Bic.
Que o essencial seja o conteúdo e não o suporte.
Que o pensamento mágico não se destrua por falta de alimento da mídia.
Que assim seja 2017 no jornalismo.
Alberto Dines é jornalista, escritor e cofundador do Observatório da Imprensa
Assinar:
Postar comentários
(Atom)
Postagens mais visitadas
-
A nudez despudorada POR FERNANDO ATALLAIA DIRETO DA REDA ÇÃ O Um grupo de mulheres vem tirando a roupa nas noites de São Luís ...
-
E o deputado federal Pastor Gil(PL) vem fazendo a diferença em Brasília com dezenas de proposições e projetos postos em plenário em seu segu...
-
Pleiteando uma das vagas no Legislativo ludovicense, médico pioneiro na concepção, implementação e difusão de projetos voltados à saúde ment...
-
O suspeito de ter matado o major André Felipe, em São Luís , confessou ter praticado o crime e indicou para a polícia onde havia escondido ...
-
Os opositores de direita do advogado e ex-deputado Wadih Damous, do PT do Rio de Janeiro, estão revirando os baús para lançar um arsenal con...
-
NOMES DA OPOSIÇÃO ACUSAM "IDEOLOGIA" E "POLITICAGEM". MUDANÇA NO SEGUNDO UNIFORME FOI PUBLICADA EM PORTAL ESTRANGEIRO. ...
-
Um mês depois de receber alta do hospital com pneumonia infecciosa, o papa Francisco morreu aos 88 anos , anunciou a Santa Sé nesta segunda...
-
A 17 meses da eleição, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aparecem bem posicionados na corrida pelo Senado Federal, com chances re...
-
2026 ‘PEGANDO FOGO’: PSDB E PODEMOS AVANÇAM EM ACORDO E DISCUTEM CRIAR ‘MOVIMENTO’ PARA MANTER NOMESDepois de meses de discussão e propostas de vários partidos, o PSDB deve oficializar nas próximas semanas a fusão com o Podemos . A tendê...
-
O RACHA NA REDE. A Rede Sustentabilidade, partido de Marina Silva, está rachada. De um lado está o grupo da ministra do Meio Ambiente de Lul...
Pesquisar em ANB
Nº de visitas
Central de Atendimento
FAÇA PARTE DA EQUIPE DA AGÊNCIA DE NOTÍCIAS BALUARTE
Denúncias, Sugestões, Pautas e Reclamações: agencia.baluarte@hotmail.com
atallaia.baluarte@hotmail.com
Sua participação é imprescindível!
Denúncias, Sugestões, Pautas e Reclamações: agencia.baluarte@hotmail.com
atallaia.baluarte@hotmail.com
Sua participação é imprescindível!
0 comentários:
Postar um comentário