domingo, 25 de dezembro de 2016
Sete países da América Latina investigam propina da Odebrecht
Pelo menos sete países da América Latina anunciaram hoje (23) que vão
investigar o suposto pagamento de propina de executivos da empreiteira
brasileira Odebrecht, investigada na Operação Lava Jato, em troca de vantagens
em contratos públicos. As medidas foram tomadas em reação à divulgação de
documentos nos quais o Departamento do Estado dos Estados Unidos […]
Pelo menos sete países da América Latina anunciaram sexta-feira (23) que vão
investigar o suposto pagamento de propina de executivos da empreiteira
brasileira Odebrecht, investigada na Operação Lava Jato, em troca de vantagens
em contratos públicos.
As medidas foram tomadas em reação à divulgação de documentos nos quais
o Departamento do Estado dos Estados Unidos confirmou que a Odebrecht pagou
mais de US$ 1 bilhão, cerca de R$ 3,3 bilhões, em propina a funcionários de
governos em 12 países.
Pelo menos sete países da América Latina anunciaram sexta-feira (23) que vão investigar o suposto pagamento de propina de executivos da empreiteira brasileira Odebrecht, investigada na Operação Lava Jato, em troca de vantagens em contratos públicos. |
Peruano nega propina
O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, negou ter recebido
dinheiro quando era presidente do Conselho de Ministros no governo do
ex-presidente Alejandro Toledo, que ocupou o cargo entre 2001-2006. Kuczynski
disse que apóia a investigação sobre as denúncias.
“Eu posso garantir que não recebi nada, nem sei de nada. Obviamente,
deve-se investigar tudo isso e sou a favor de uma profunda investigação”,
disse.
Diante das novas denúncias, a procuradoria do Peru decidiu reabrir uma investigação na qual Kuczynski foi acusado de favorecer a Odebrecht em uma concessão pública durante o período em que ocupou cargo no Conselho de Ministros.
Equador investigará propina
O governo do Equador anunciou que pediu ao Ministério Público que
investigue supostos pagamentos de propina pela Odebrecht no país. Uma das
principais obras feitas pela empreiteira foi a construção do metrô da capital,
Quito.
Em 2008, o atual presidente, Rafael Correa, expulsou a Odebrecht do
país sob a alegação de que houve irregularidades da usina hidrelétrica de San
Francisco, financiada com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES).
Colômbia cancelará contratos
Por meio do secretário de Transparência da Presidência da República,
Camilo Enciso, a Colômbia anunciou que vai cancelar todos os contratos nos
quais ficar comprovada que a Odebrecht pagou propina.
“No momento em que for demonstrado de maneira clara que houve pagamento
de subornos, o estado colombiano não duvidará de nenhuma maneira em tomar as decisões
necessárias para terminar de maneira unilateral seus contratos e para evitar
que a Odebrecht continue tendo negócios no país”, disse Enciso.
Argentina pede informações a investigadores
Na Argentina, o órgão responsável pelo combate à corrupção informou que
pediu informações à força-tarefa de investigadores da Lava Jato para obter
informações mais detalhadas sobre as denúncias de que US$ 35 milhões foram
pagos em propina para funcionários públicos entre 2007 e 2015, fato que teria
ocorrido durante o governo da ex-presidente Cristina Kirchner.
Oposição da Venezuela vai apurar denúncias
Na Venezuela, parlamentares oposicionistas ao governo do presidente
Nícolas Maduro afirmam que vão investigar as denúncias por meio da Comissão de
Controladoria do Parlamento.
As suspeitas são sobre supostos pagamentos de propina a funcionário do
governo de Maduro e do ex-presidente Hugo Chavez.
Panamá anuncia punição
O governo do Panamá prometeu processar e punir integrantes do governo,
que teriam recebido mais US$ 59 milhões em propina. O Ministério Público local
informou que pedirá informações aos Estados Unidos sobre o caso.
México abre investigações
O governo mexicano e a Pemex, estatal petrolífera, informaram que
abriram investigação para apurar o suposto pagamento de aproximadamente US$ 10
milhões para que a Odebrecht fosse beneficiada em contratos da estatal.
O outro lado
Ao assinar o acordo de leniência com autoridades dos Estados Unidos,
Brasil e Suíça, a Odebrecht divulgou nota à imprensa na qual pede desculpas e
diz que “se arrepende profundamente da sua participação nas condutas que
levaram a este acordo e pede desculpas por violar os seus próprios princípios
de honestidade e ética.”
No comunicado, a Odebrecht diz que “permanecerá cooperando com as
autoridades e adotará as medidas adequadas e necessárias para continuamente
aprimorar seu compromisso com práticas empresariais éticas e de promoção da
transparência em todas as suas ações.”
As informações são do repórter André Richter
Edição da Agência Baluarte
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