sexta-feira, 27 de maio de 2016
Em
áudio com Machado, Sarney diz que há “ditadura da Justiça”
Em trechos de gravações com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, o ex-presidente da República José Sarney se queixa das decisões tomadas pelo juiz Sérgio Moro em investigações contra corrupção – que chamou de “ditadura da Justiça” – e comenta sobre o afastamento de Dilma Rousseff, que, segundo Sarney, vai resistir “até a última bala” no processo de impeachment. Os trechos foram divulgados ontem (26) pelo Jornal Nacional, da TV Globo. Segundo o telejornal, as conversas foram gravadas em março. Machado fez acordo de delação premiada e se tornou colaborador da Justiça.
Em trechos de gravações com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, o ex-presidente da República José Sarney se queixa das decisões tomadas pelo juiz Sérgio Moro em investigações contra corrupção – que chamou de “ditadura da Justiça” – e comenta sobre o afastamento de Dilma Rousseff, que, segundo Sarney, vai resistir “até a última bala” no processo de impeachment. Os trechos foram divulgados ontem (26) pelo Jornal Nacional, da TV Globo. Segundo o telejornal, as conversas foram gravadas em março. Machado fez acordo de delação premiada e se tornou colaborador da Justiça.
Sarney virou o 'Conselheiro-Geral da Nação' |
Na
conversa gravada, Sarney e Machado criticam os ministros do Supremo Tribunal
Federal (STF), a mídia e a comunidade jurídica por não se manifestarem contra
as ações de Sérgio Moro, que é responsável por autorizar as ações da Operação
Lava Jato.
De
acordo com o telejornal, Sarney diz que “Moro está perseguindo por besteira”.
Machado responde que “esse homem tomou conta do Brasil. Inclusive, o Supremo
fez porque é pedido dele. Como é que o Toffoli e o Gilmar fazem uma p*** dessa?
Se os dois tivessem votado contra não dava. Nomeou uns ministros de m*** com
aquele modelo”. “Não teve um jurista que se manifestasse. E a mídia tá parcial
assim. Eu nunca vi uma coisa tão parcial. Gente, eu vivi a revolução. Não tinha
esse terror que tem hoje, não. A ditadura da toga tá f***”, acrescentou o
ex-presidente da Transpetro.
José
Sarney disse que “a ditadura da Justiça tá implantada, é a pior de todas”. Em
seguida, Machado respondeu: “E eles vão querer tomar o poder. Pra poder acabar
o trabalho”
Eduardo
Cunha e eleições
Na
conversa, Sarney afirma que quem deveria assumir a presidência é Eduardo Cunha,
antes da realização de eleições. O deputado, que era o terceiro na linha
sucessória, acabou afastado da presidência da Câmara pelo Supremo Tribunal
Federal (STF) algumas semanas depois da gravação da conversa. No caso de um
novo pleito presidencial, ambos avaliam que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) não
sairia “de jeito nenhum” vitorioso, e dizem acreditar na força de um juiz como
candidato. Dois meses antes de Dilma ser afastada pelo Senado, quando a
conversa foi gravada, Machado e Sarney dizem que a presidenta deve “sair de
qualquer jeito”, e especulam que o vice-presidente Michel Temer, hoje
presidente interino, deve cair em seguida.
No
áudio, Machado pergunta a Sarney se Michel Temer não assumisse a presidência do
país quem seria o nome. Sarney responde que deverá ser eleição e assumirá um
“Joaquim Barbosa desses da vida”. Machado responde que será “um Moro. O Aécio
pensa que vai ser ele, não vai ser não”. Sobre a possibilidade de Aécio Neves
assumir, Sarney diz “que não vai ser ele, de jeito nenhum”.
Então,
Machado questiona quem assumiria a presidência. Sarney diz que será Eduardo
Cunha. Machado reforça: “Ele não vai abrir mão de assumir, não”.
“No
Supremo não tem. Não tem ninguém que tenha competência pra tirá-lo. Só se
cassarem o mandato dele. Fora daí, não tem. Como é que o Supremo vai tirar o
presidente da Casa?”, acrescenta Sarney, conforme a reportagem.
Dilma
Rousseff
Na
conversa gravada, tanto Machado quanto Sarney reclamam da insistência de Dilma
em permanecer no cargo. Segundo o ex-presidente, ela irá resistir “até a última
bala”. Para ele, Lula estaria em depressão.
“Ela
não sai. Resiste. Diz que até a última bala”, diz Sarney.
Em
outro trecho, Machado pergunta se “acabou o Lula”. Sarney responde que
sim e diz que “Lula, coitado, ele está numa depressão tão grande.” Machado
afirma que “não houve nenhuma solidariedade da parte dela”
O
ex-presidente Sarney diz ainda que os empresário e políticos não devem arcar
sozinhos com os problemas envolvendo a Petrobras. “Tudo isso foi…é o governo,
meu Deus! Esse negócio da Petrobras são os empresários que vão pagar, os
políticos! E o governo que fez isso tudo?”
Respostas
A
Agência Brasil não conseguiu contato com a assessoria de Sarney.
Ao
Jornal da Globo, Sarney deu resposta semelhante a da nota divulgada na
quarta-feira (25), quando se queixou do vazamento de conversas particulares
suas com Machado, afirmando que sua relação com o ex-presidente da Transpetro é
de amizade. “As conversas que tive com ele nos últimos tempos foram sempre
marcadas, de minha parte, pelo sentimento de solidariedade, característica de
minha personalidade. Nesse sentido, muitas vezes procurei dizer palavras que,
em seu momento de aflição e nervosismo, levantassem sua confiança e a esperança
de superar as acusações que enfrentava”, disse Sarney.
As
conversas entre Machado e membros da cúpula do PMDB começaram a vir à tona na
última segunda-feira (23), quando o jornal Folha de S. Paulo publicou trechos
de áudios em poder da Procuradoria-Geral da República (PGR) em que, segundo a
reportagem, o ministro do Planejamento Romero Jucá teria sugerido a formação de
um “pacto” para conter a Lava Jato. Jucá anunciou que iria se licenciar do cargo
e foi exonerado no dia seguinte.
Na
sequência, a divulgação pela imprensa de trechos inéditos de conversas gravadas
por Machado com o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o ex-presidente José
Sarney indicam a preocupação com os desdobramentos da Lava Jato por parte dos
políticos, que estariam articulando para restringir as consequências da
operação.
Ontem
(26), em nota divulgada pela presidência do Senado, Renan disse que “não tomou
nenhuma iniciativa” ou fez gestões para “dificultar ou obstruir” as
investigações da Operação Lava Jato. Segundo o texto, as investigações da Lava
Jato são “intocáveis”.
(Agência Brasil / Texto: Felipe Pontes)
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