segunda-feira, 23 de abril de 2012
Nauro Machado lança livro no Café Literário de abril, no Odylo Costa Filho
Evento terá palestra do professor, ensaísta e poeta, Hildeberto Barbosa.
Logo após, haverá o lançamento do livro "Província - O pó dos Pósteros".
Do G1 MA
O Café Literário do mês de abril lançará, em sua segunda edição no ano de 2012, a palestra "Nauro Machado: O Poeta do Ser e da Linguagem", que será ministrada pelo professor doutor, ensaísta e poeta paraibano, Hildeberto Barbosa Filho. Logo após, haverá o lançamento do livro em prosa "Província - O pó dos Pósteros", do poeta Nauro Machado. O evento acontecerá nesta terça-feira (24), a partir das 18h30, no Centro de Criatividades Odylo Costa Filho, localizado na Rua Rampa do Comércio, 200, Praia Grande, Centro.
![]() |
Nauro Machado:monumental, ele é o maior escritor e poeta maranhense vivo na contemporaneidade |
Idealização de Céres Fernandes, diretora do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho, o Café Literário segundo Nauro Machado "se constitui hoje como um ponto de encontro de pessoas aficionadas às coisas escritas, sobretudo a literatura e as artes plásticas". Dentre os ilustres escritores que participaram do evento, estão José Chagas, Ubiratan Teixeira, Alberto Tavares Teixeira, entre outros.Convidado para ministrar a palestra "Nauro Machado: O Poeta do Ser e da Linguagem", o ensaísta, crítico e poeta literário, Hildeberto Barbosa Filho, ressaltará a importância do poeta e escritor Nauro Machado para a literatura, bem como suas obras a estimular a sociedade sobre a beleza de uma história contada através dos livros.
O contato entre o autor e o leitor durante a leitura é o que torna o livro ainda mais interessante e atraente. Hidelberto Barbosa é natural de Aroeiras na Paraíba. Tem doutorado em Literatura Brasileira pela Universidade Federal da Paraíba (Ufpb), é membro da Academia Paraibana de Letras e professor da UFPB.
Lançamento
O segundo livro em prosa de Nauro Machado, "Província - o pó dos Pósteros", de acordo com o autor, se constitui de mais de 200 crônicas e pequenos ensaios. A idealização da obra se deu a partir de trabalhos já publicados na imprensa maranhense.
A seleção que teve o apoio da escritora Arlete Nogueira, esposa do poeta há 50 anos, foram escolhidas entre mais de 1000 crônicas, pequenos trabalhos e fatos relacionados com a cultura local. O livro será vendido no local, e custando R$ 40 com sessão de autógrafos pelo autor.
Sobre Nauro:
É difícil qualificar esses poemas escritos, por assim dizer, no avesso da linguagem. Não é pela compreensão lógica que eles nos atingem, mas pelo sortilégio de um falar desconcertante e único.
(Ferreira Gullar)
Não hesito em colocar Nauro Machado entre os grandes poetas do Brasil de hoje, independente de geração ou idade.
(Antônio Olinto)
Poeta único na poesia brasileira [...] Nauro conseguiu sintetizar numa linguagem tão rarefeita, quase irrespirável, entre o céu e o inferno, o caótico destino humano.
(Cláudio Murilo Leal)
Nauro caminha na contramão de um leitor acostumado com as veleidades do fácil.
(José Aparecido da Silva)
Alta e impressionante poesia.
(Carlos Drummond de Andrade)
Poucos poetas – talvez um Baudelaire, um Antero de Quental, um Augusto dos Anjos – têm, como esse solitário maranhense, enfrentado a tarefa árdua e encantatória de expressar, mas o fazendo sob o regime de uma consciência criadora face às possibilidades do verbo – verbo que é fala, pensamento, imagem e melodia – os ângulos escusos, os obscuros abismos, as cartilagens doloridas e inescrutáveis da estrutura humana.(Hildeberto Barbosa Filho)
Apanha o homem na queda a estágios profundos de impotência e incerteza.
(Donald Schüller)
Uma carreira poética ímpar no contexto literário brasileiro de hoje.
(Alfredo Bosi)
Poemas de Nauro:
Ofício
Ocupo o espaço que não é meu, mas do universo.
Espaço do tamanho do meu corpo aqui,
enchendo inúteis quilos de um metro e setenta
e dois centímetros, o humano de quebra.
Vozes me dizem: eh, tu aí! E me mandam bater
serviços de excrementos em papéis caídos
numa máquina Remington, ou outra qualquer.
E me mandam pro inferno, se inferno houvesse
pior que este inumano existir burocrático.
E depois há o escárnio da minha província.
E a minha vida para cima e para baixo,
para baixo sem cima, ponte umbilical
partida, raiz viva de morta inocência.
Estranhos uns aos outros, que faço eu aqui?
E depois ninguém sabe mesmo do espaço
que ocupo, desnecessário espaço de pernas
e de braços preenchendo o vazio que eu sou.
E o mundo, triste bronze de um sino rachado,
o mundo restará o mesmo sem minha quota
de angústia e sem minha parcela de nada.
Ocupo o espaço que não é meu, mas do universo.
Espaço do tamanho do meu corpo aqui,
enchendo inúteis quilos de um metro e setenta
e dois centímetros, o humano de quebra.
Vozes me dizem: eh, tu aí! E me mandam bater
serviços de excrementos em papéis caídos
numa máquina Remington, ou outra qualquer.
E me mandam pro inferno, se inferno houvesse
pior que este inumano existir burocrático.
E depois há o escárnio da minha província.
E a minha vida para cima e para baixo,
para baixo sem cima, ponte umbilical
partida, raiz viva de morta inocência.
Estranhos uns aos outros, que faço eu aqui?
E depois ninguém sabe mesmo do espaço
que ocupo, desnecessário espaço de pernas
e de braços preenchendo o vazio que eu sou.
E o mundo, triste bronze de um sino rachado,
o mundo restará o mesmo sem minha quota
de angústia e sem minha parcela de nada.
O
Parto
Meu corpo está completo, o homem - não o poeta.
Mas eu quero e é necessário
que me sofra e me solidifique em poeta,
que destrua desde já o supérfluo e o ilusório
e me alucine na essência de mim e das coisas,
para depois, feliz e sofrido, mas verdadeiro,
trazer-me à tona do poema
com um grito de alarma e de alarde:
ser poeta é duro e dura
e consome toda
uma existência.
Meu corpo está completo, o homem - não o poeta.
Mas eu quero e é necessário
que me sofra e me solidifique em poeta,
que destrua desde já o supérfluo e o ilusório
e me alucine na essência de mim e das coisas,
para depois, feliz e sofrido, mas verdadeiro,
trazer-me à tona do poema
com um grito de alarma e de alarde:
ser poeta é duro e dura
e consome toda
uma existência.
819
Abre-me as portas, mãe, enquanto as estrelas
buscam em mim agora a treva infinda,
sem luz alguma no meu olhar a vê-las
nessa cegueira a ser da altura vinda.
Assim, mãe, invado tua noite, a sabê-las
eternamente em pó na luz que é finda
só para mim, que vou comigo pelas
manhãs nascendo todas cegas ainda.
Como fazê-las ser de novo vivas?
Como, se nunca delas fui um conviva
às vidas feitas festas para as vistas?
Para arrancá-las da morte onde as pus,
quero essa noite, ó mãe, roubada à
luz
do céu
que, embora cega, tu conquistas.
Assinar:
Postar comentários
(Atom)
Postagens mais visitadas
-
Série Panorama Político O prefeito da simpatia é o mesmo da Inoperância Prefeitura de Ribamar opera com as mesmas práticas ineficazes da ...
-
ALÉM DO CONCURSO, O MUNICÍPIO TERÁ 60 DIAS PARA APRESENTAR UM CRONOGRAMA COM AS ETAPAS A Justiça do Maranhão determinou que a Prefeitura d...
-
Natural de Codó, Gerude é autor de clássicos como ’Eu te Conheço Carnaval’, 'Tempo de Guarnicê' e ‘Jamaica São Luís’. Com 42 anos de...
-
Sai resultado da pesquisa de popularidade da ANB Vereador Negão(PMDB)vence em primeiro lugar na pesquisa de popularidade realizada pela Agên...
-
O deputado federal Pastor Gil(PL) usou uma de suas redes sociais para prestar homenagem ao Dia das Crianças comemorado neste domingo(12). A ...
-
Saiu o clipe oficial de 'Ia Ia', nova música do cantor e compositor César Nascimento. A concepção artística e de imagens de referênc...
-
NO FORRO DE CASA Os policiais também apreenderam produtos de higiene infantil e de perfumaria. Um homem de 52 anos foi preso nesta quinta-f...
-
DICA MUSICAL DO BLOG DO FERNANDO ATALLAIA PARA A NOITE DESTA TERÇA-FEIRA Ícone da Música Romântica Maranhense-MRM, Lairton lança novo clipe....
-
Um servidor da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) está sendo processado após chamar o ministro do Supremo Tribunal Federal (ST...
-
O julgamento que investiga a suposta cobrança de propina em emendas parlamentares por deputados maranhenses pode tomar um novo rumo. Em depo...
Pesquisar em ANB
Nº de visitas
Central de Atendimento
FAÇA PARTE DA EQUIPE DA AGÊNCIA DE NOTÍCIAS BALUARTE
Denúncias, Sugestões, Pautas e Reclamações: agencia.baluarte@hotmail.com
atallaia.baluarte@hotmail.com
Sua participação é imprescindível!
Denúncias, Sugestões, Pautas e Reclamações: agencia.baluarte@hotmail.com
atallaia.baluarte@hotmail.com
Sua participação é imprescindível!

pesado esse é pesado
ResponderExcluirdaniel cohatrac primevera