sábado, 8 de dezembro de 2018
João Teixeira de Faria
O médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, foi acusado de abuso sexual por mulheres que o procuravam para tratamento espiritual. Os relatos foram divulgados no programa 'Conversa com Bial', da 'TV Globo', na sexta-feira (7).
João de Deus faz atendimentos espirituais na Casa de Abadiânia, localizada no município de Abadiânia, no interior de Goiás, há mais de 40 anos. A cidade tem menos de 19 mil habitantes e recebe até 10 mil pessoas por mês para atendimentos, sendo que a maioria é estrangeiro.
Segundo as vítimas, o medo de uma possível "retaliação espiritual" fazia com que elas permanecessem em silêncio. "Ele dizia: 'Se você não fizer o que eu estou falando, a sua doença vai voltar'", disse uma brasileira na condição de anonimato.
"Tinha muito medo deles mandarem espíritos ruins, da minha vida se tornar miserável, de não conseguir dormir", falou a holandesa Zahira Mous.
No total, o apresentador Pedro Bial e a repórter Camila Appel ouviram 10 pessoas diferentes com o mesmo tipo de relato. Quatro deles foram expostos no programa dessa sexta.
A coreógrafa holandesa Zahira Lienike Mous contou ter ouvido falar do médium pela primeira vez em 2017. Ela diz que procurou por ele quando precisava de ajuda espiritual. Zahira afirmou ter presenciado milagres e curas no local. Ela chegou a atuar como assistente de João de Deus em cirurgias físicas.
A holandesa conta que foi à "Casa" para pedir a "cura" de um abuso sexual sofrido no passado. Após ser atendida por uma entidade, foi orientada a ter uma consulta particular com João em seu escritório: "É um cenário bem bizarro. Você, de certa forma, se sente especial, acha que vai receber a cura", revela.
A mulher disse que o cômodo conta com um banheiro grande, onde cabe até um sofá. Levada para lá, ainda segundo ela, o médium a colocou de joelhos de frente para ele, "abriu a calça, colocou a minha mão no pênis dele e começou a movimentar a minha mão".
"Estava em choque. Enquanto isso, ele continuava falando da minha família e disse que eu deveria sorrir. (...) Depois, ele se limpou, me levou ao escritório, abriu um armário de pedras preciosas e mandou escolher a que eu mais gostasse", contou. "Não sei quantos dias depois, ele me puxou de novo para o banheiro. Um padrão parecido, mas ele deu um passo adiante: me penetrou por trás", completou.
Zahira guardou a história por quatro anos, até que resolveu fazer o relato em rede social. A possibilidade de ajudar outras mulheres a encorajou a encarar a exposição: "Eu realmente espero poder ajudar outras mulheres a saírem dessa sombra. Porque nós não precisamos sentir vergonha. Ele tem que sentir vergonha. E todas as pessoas que o protegem para que ele continue fazendo o que faz".
Duas brasileiras também fizeram relatos de abusos. Uma delas procurou a "Casa" em busca da cura de um problema de visão do filho em 2009, frequentou o local durante anos até precisar de ajuda para superar um divórcio e ser atendida no escritório do médium, em 2013.
"Ele disse que sabia que eu estava lá pelo divórcio, que ia fazer uma limpeza energética em mim. Disse que eu precisava daquela energia que só viria daquela maneira. Quarenta e cinco dias depois, voltei sozinha e a entidade me pediu para ir vê-lo novamente. Fez tudo de novo. Me pediu para voltar no dia seguinte de manhã, e ficou bravo quando cheguei com um homem da minha família”.A outra brasileira relatou que tratava um câncer de mama no local. Em abril deste ano retornou lá para uma consulta e foi levada ao escritório do médium.
“Ele disse que estava quase curada, que eu tinha que prometer a ele que não podia dizer a ninguém sobre o processo de cura. Achei estranho, mas estava muito desesperada. Tinha muita confiança nele. Senti o membro dele nas minhas nádegas, ele comprimindo meu corpo. Comecei a chorar e pensava: ‘Como vou sair daqui?’.”
A coach espiritual Amy Biank diz já ter levado mais de 1.500 pessoas à "Casa" em 8 visitas feitas de 2002 a 2014. Em uma dessas visitas, ela conta ter flagrado o médium forçando uma mulher a fazer sexo oral nele.
“Ouvi um grito de socorro e entrei. Ele pediu para eu fechar os olhos e sentar. Vi que ele estava com as calças abertas, ela ajoelhada e ele com uma toalha no ombro. Ela não queria fazer sexo oral nele, foi por isso que gritou. Sentei no sofá e fechei os olhos, porque estava doutrinada a achar que tudo era divino e especial. Ela gritou de novo, eu abri os olhos e ele parou. Ele sabia que eu tinha visto! Mais tarde, veio na minha pousada, parou na minha mesa e disse: ‘Quando sou João, sou somente um homem! Um homem tem suas necessidades”.
Depois do episódio, a coach disse que passou a receber ameaças de morte.
Em nota, a Casa de Abadiânia negou a prática. “Há 44 anos, João de Deus atende milhares de pessoas em Abadiânia, praticando o bem por meio de tratamentos espirituais. Apesar de não ter sido informado dos detalhes da reportagem, ele rechaça veementemente qualquer prática imprópria em seus atendimentos”, escreveu.
AS INFORMAÇÕES SÃO DA FaoM
EDIÇÃO BALUARTE
O médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, foi acusado de abuso sexual por mulheres que o procuravam para tratamento espiritual. Os relatos foram divulgados no programa 'Conversa com Bial', da 'TV Globo', na sexta-feira (7).
João de Deus faz atendimentos espirituais na Casa de Abadiânia, localizada no município de Abadiânia, no interior de Goiás, há mais de 40 anos. A cidade tem menos de 19 mil habitantes e recebe até 10 mil pessoas por mês para atendimentos, sendo que a maioria é estrangeiro.
Segundo as vítimas, o medo de uma possível "retaliação espiritual" fazia com que elas permanecessem em silêncio. "Ele dizia: 'Se você não fizer o que eu estou falando, a sua doença vai voltar'", disse uma brasileira na condição de anonimato.
"Tinha muito medo deles mandarem espíritos ruins, da minha vida se tornar miserável, de não conseguir dormir", falou a holandesa Zahira Mous.
A holandesa conta que foi à "Casa" para pedir a "cura'': "Estava em choque. Enquanto isso, ele continuava falando da minha família e disse que eu deveria sorrir. (...) Depois, ele se limpou, me levou ao escritório, abriu um armário de pedras preciosas e mandou escolher a que eu mais gostasse", contou. "Não sei quantos dias depois, ele me puxou de novo para o banheiro. Um padrão parecido, mas ele deu um passo adiante: me penetrou por trás''. |
No total, o apresentador Pedro Bial e a repórter Camila Appel ouviram 10 pessoas diferentes com o mesmo tipo de relato. Quatro deles foram expostos no programa dessa sexta.
A coreógrafa holandesa Zahira Lienike Mous contou ter ouvido falar do médium pela primeira vez em 2017. Ela diz que procurou por ele quando precisava de ajuda espiritual. Zahira afirmou ter presenciado milagres e curas no local. Ela chegou a atuar como assistente de João de Deus em cirurgias físicas.
A holandesa conta que foi à "Casa" para pedir a "cura" de um abuso sexual sofrido no passado. Após ser atendida por uma entidade, foi orientada a ter uma consulta particular com João em seu escritório: "É um cenário bem bizarro. Você, de certa forma, se sente especial, acha que vai receber a cura", revela.
A mulher disse que o cômodo conta com um banheiro grande, onde cabe até um sofá. Levada para lá, ainda segundo ela, o médium a colocou de joelhos de frente para ele, "abriu a calça, colocou a minha mão no pênis dele e começou a movimentar a minha mão".
"Estava em choque. Enquanto isso, ele continuava falando da minha família e disse que eu deveria sorrir. (...) Depois, ele se limpou, me levou ao escritório, abriu um armário de pedras preciosas e mandou escolher a que eu mais gostasse", contou. "Não sei quantos dias depois, ele me puxou de novo para o banheiro. Um padrão parecido, mas ele deu um passo adiante: me penetrou por trás", completou.
Zahira guardou a história por quatro anos, até que resolveu fazer o relato em rede social. A possibilidade de ajudar outras mulheres a encorajou a encarar a exposição: "Eu realmente espero poder ajudar outras mulheres a saírem dessa sombra. Porque nós não precisamos sentir vergonha. Ele tem que sentir vergonha. E todas as pessoas que o protegem para que ele continue fazendo o que faz".
Duas brasileiras também fizeram relatos de abusos. Uma delas procurou a "Casa" em busca da cura de um problema de visão do filho em 2009, frequentou o local durante anos até precisar de ajuda para superar um divórcio e ser atendida no escritório do médium, em 2013.
"Ele disse que sabia que eu estava lá pelo divórcio, que ia fazer uma limpeza energética em mim. Disse que eu precisava daquela energia que só viria daquela maneira. Quarenta e cinco dias depois, voltei sozinha e a entidade me pediu para ir vê-lo novamente. Fez tudo de novo. Me pediu para voltar no dia seguinte de manhã, e ficou bravo quando cheguei com um homem da minha família”.A outra brasileira relatou que tratava um câncer de mama no local. Em abril deste ano retornou lá para uma consulta e foi levada ao escritório do médium.
“Ele disse que estava quase curada, que eu tinha que prometer a ele que não podia dizer a ninguém sobre o processo de cura. Achei estranho, mas estava muito desesperada. Tinha muita confiança nele. Senti o membro dele nas minhas nádegas, ele comprimindo meu corpo. Comecei a chorar e pensava: ‘Como vou sair daqui?’.”
A coach espiritual Amy Biank diz já ter levado mais de 1.500 pessoas à "Casa" em 8 visitas feitas de 2002 a 2014. Em uma dessas visitas, ela conta ter flagrado o médium forçando uma mulher a fazer sexo oral nele.
“Ouvi um grito de socorro e entrei. Ele pediu para eu fechar os olhos e sentar. Vi que ele estava com as calças abertas, ela ajoelhada e ele com uma toalha no ombro. Ela não queria fazer sexo oral nele, foi por isso que gritou. Sentei no sofá e fechei os olhos, porque estava doutrinada a achar que tudo era divino e especial. Ela gritou de novo, eu abri os olhos e ele parou. Ele sabia que eu tinha visto! Mais tarde, veio na minha pousada, parou na minha mesa e disse: ‘Quando sou João, sou somente um homem! Um homem tem suas necessidades”.
Depois do episódio, a coach disse que passou a receber ameaças de morte.
Em nota, a Casa de Abadiânia negou a prática. “Há 44 anos, João de Deus atende milhares de pessoas em Abadiânia, praticando o bem por meio de tratamentos espirituais. Apesar de não ter sido informado dos detalhes da reportagem, ele rechaça veementemente qualquer prática imprópria em seus atendimentos”, escreveu.
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