quarta-feira, 17 de outubro de 2018
Presidente
foi indiciado por corrupção, lavagem de dinheiro e organização
criminosa no inquérito dos portos. Além de Temer, a PF indiciou outras
dez pessoas
Na conclusão das investigações do inquérito dos portos entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal pediu o indiciamento e o sequestro e bloqueio de bens do presidente, Michel Temer, a filha dele Maristela Temer, do ex-assessor especial da Presidência Rodrigo Rocha Loures e de outros oito investigados, conforme despacho do relator do caso na corte, Luís Roberto Barroso, a que a AR teve acesso.
No relatório final, a PF também solicitou ao Supremo a prisão preventiva do coronel João Batista Lima Filho, amigo de Temer, da arquiteta Maria Rita Fratezi, mulher do
coronel, e outras duas pessoas. Em despacho desta terça, Barroso disse
que vai aguardar a manifestação da Procuradoria-Geral da República a
respeito dos pedidos feitos pela PF antes de decidir. A PGR poderá
oferecer denúncia contra Temer.
Segundo o ministro
do STF, a PF decidiu apontar o indiciamento dos investigados pelos crimes de
corrupção
passiva, corrupção ativa, lavagem de
dinheiro e organização criminosa. O
ministro cita que essa organização está
“dividida em quatro núcleos:
político,
administrativo, empresarial (ou econômico)
e operacional (ou financeiro)”.
“De acordo com o
relatório,
foram produzidas, no âmbito do inquérito,
provas de naturezas diversas, que incluíram
colaborações
premiadas, depoimentos, informações bancárias,
fiscais, telemáticas e extratos de telefone,
laudos periciais, informações e pronunciamentos
do Tribunal de Contas da União, bem como
foram apurados fatos envolvendo propinas em espécie,
propinas dissimuladas em doações
eleitorais, pagamentos de despesas pessoais por interpostas pessoas —físicas
e jurídicas—, atuação
de empresas de fachada e contratos fictícios
de prestação de serviços,
em meio a outros”,
informa Barroso, citando o relatório
da PF.
A defesa de Temer
informou à AR na noite desta terça
que ainda não tinha tido acesso ao relatório
final da apuração e que vai se manifestar na
quarta-feira.
Na conclusão das investigações do inquérito dos portos entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal pediu o indiciamento e o sequestro e bloqueio de bens do presidente, Michel Temer, a filha dele Maristela Temer, do ex-assessor especial da Presidência Rodrigo Rocha Loures e de outros oito investigados, conforme despacho do relator do caso na corte, Luís Roberto Barroso, a que a AR teve acesso.
Corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. |
Se isso ocorrer,
seria a terceira contra o atual chefe do Poder Executivo —as outras duas ele
conseguiu barrar o prosseguimento na Câmara
dos Deputados, que não deu aval para o
STF julgar as acusações criminais e que
ficaram suspensas até ele deixar o cargo.
Ainda assim, de
antemão
Barroso decidiu proibir os investigados que tiveram a prisão
preventiva requerida pela PF de deixarem o Brasil.
Na lista de
indiciados estão...
|
“Aguardarei a
manifestação do Ministério
Público
quanto aos requerimentos de sequestro e bloqueio de bens, assim como do pedido
de prisão
preventiva. Determino, no entanto, desde logo, a proibição
de se ausentarem do país aos investigados
que tiveram sua prisão processual
solicitada pela autoridade policial”, disse Barroso.
Na lista de
indiciados estão Antônio
Celso Grecco, ex-presidente da Rodrimar, Ricardo Conrado Mesquita, ex-diretor
da Rodrimar, sócio do grupo Libras, Gonçalo
Borges Torrealba.
Em despacho desta terça. |
O inquérito
dos portos foi aberto em setembro do ano passado, diante da suspeita de que
Temer teria recebido propina, por meio do então
assessor especial Rodrigo Rocha Loures, para editar um decreto que beneficiou a
Rodrimar em alterações legais para o
setor. Mas, no curso das apurações, outros
crimes foram sendo investigados.
As informações são dos repórteres Ricardo Brito
e Lisandra Paraguassu, da AR
Edição de Fernando Atallaia
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