sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018
Pai luta contra pena de morte de filho que mandou matar mãe e irmão. O inacreditável é que ele também foi vítima do ataque, mas o único a sobreviver
O pai de um homem que está há 11
anos no corredor da morte no Texas está pedindo às autoridades que não executem
seu filho – o que está previsto para ocorrer no próximo dia 22. O incomum é que
Kent Whitaker foi também vítima do crime pelo qual Thomas “Bart” Whitaker foi
condenado.
Hoje com 38 anos, ele foi
sentenciado em março de 2007 por ter encomendado a morte de seu pai, sua mãe,
Patrícia, e seu irmão mais novo, Kevin. O objetivo era ficar com a herança
familiar, de mais de US$ 1 milhão.
Kent foi o único a sobreviver ao
ataque, ocorrido em dezembro de 2003. Hoje, defende que seu filho não seja
executado, pois é o único membro de sua família que continua vivo. Além disso,
argumenta nunca pediu que Thomas fosse condenado à morte.
“Temos lutado por muitos anos para
superar a dor de ter perdido Kevin e Patrícia. E agora vamos começar a reviver
tudo outra vez“, disse em entrevista para a BBC.
Em meados de janeiro, os advogados
de Thomas entraram com uma petição na Justiça para que a sentença seja
modificada para prisão perpétua. Mas as autoridades, até agora, estão mantendo
a condenação.
![]() |
Thomas “Bart” Whitaker |
Kent Whitaker diz que suas
convicções religiosas o fizeram perdoar o filho, ainda que o caminho não tenha
sido simples.
Cena da tragédia
“Na noite em que minha esposa e
meu filho morreram, e eu fui atingido por um disparo, tínhamos saído para
jantar para celebrar a suposta formatura na universidade do meu filho mais
velho, Bart“, contou o pai.
“Kevin entrou em casa, minha
esposa estava atrás dele. Escutei barulhos e logo me deparei com uma pessoa
mascarada a dois metros de mim. Ela me atingiu com um disparo no peito e caí
sobre a varanda. Logo escutei um quarto disparo, e me dei conta de que também
tinham ferido Bart.”
Dois helicópteros levaram Kent
Whitaker e sua mulher para um hospital. Já Bart foi levado em uma ambulância.
Kevin morreu praticamente de imediato.
A polícia começou a investigar o
tiroteio como morte decorrente de roubo, mas logo descobriram pistas que
levavam a Bart.
Primeiro, a cena do crime não
tinha o aspecto de um roubo verdadeiro. Além disso, descobriu-se que o jovem
não estava se formando, diferentemente do que pensava sua família. Na verdade, nem
estava inscrito em uma universidade.
Quando Kent Whitaker soube que seu
filho era o principal suspeito, não quis acreditar.
“Não pensei que houvesse a
possibilidade de que ele tivesse algo a ver com isso. Mas fiquei furioso com
ele porque me estava colocando na posição de ter que defendê-lo (devido à
mentira da universidade)“, contou o pai.
Fuga e confissão
Kent Whitaker e Bart viveram
juntos na mesma casa onde ocorreram os assassinatos durante os sete meses
seguintes à tragédia.
Mas Bart desapareceu em junho de
2004.
Ele foi preso um ano e três meses
depois, no México. Quando isso ocorreu, os outros dois homens que participaram
do crime já haviam sido detidos e se declarado culpados.
“A primeira coisa que Bart me
disse depois de voltar do México foi: pai, sinto muito, não entendo por que
isso ocorreu, mas vou tentar que seja o mais rápido e menos doloroso possível
para todos“, disse Kent Whitaker.
O pai afirma que nunca vai
entender o que levou seu filho a encomendar os crimes.
“Sei que ele lutou para se
encaixar na família. O que posso dizer é que não fez isso por dinheiro.”
‘Fui um covarde’
Em uma entrevista em 2009, Bart
que “havia sido um covarde” por não ter confessado antes a verdade para seu
pai.
“Não queria causar essa dor em mim
e em outras pessoas“, disse.
![]() |
Thomas ‘Bart’, Kent Whitaker, Patrícia e Kevin |
Kent Whitaker, por sua vez, disse
que estudar a Bíblia o ajudou a perdoar o filho.
Os oficiais que acusam Bart o
qualificam como um “verdadeiro sociopata“, “manipulador da verdade“, e defendem
sua decisão de aplicar a mais severa das penas.
Kent insiste que é ele quem mais
vai sofrer com a morte do filho.
Segundo o pai, a lei do Texas que
protege os direitos das vítimas não esteja sendo cumprida nesse caso.
“Este Estado se orgulha de
proteger as vítimas. Mas às vezes as vítimas, como eu, querem clemência, não
vingança.”
AS INFORMAÇÕES SÃO DA BBC
EDIÇÃO DA AGÊNCIA BALUARTE
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