domingo, 28 de janeiro de 2018
Muitas atrizes não têm
plano de saúde ou recursos para lidar, em terapia, com as complexidades do
ofício
Lua - também conhecida como Olivia Voltaire - é a quinta atriz de cinema adulto que morreu em circunstâncias trágicas na América do Norte desde o falecimento, em 9 de novembro, da canadense Shyla Stylez, de 35 anos, na casa da sua mãe, em Calgary. Sua família se limitou a informar que ela morreu "enquanto dormia". Stylez era uma veterana do cinema do sexo que há uma década chegou ao chamado Vale do Pornô (Califórnia). Em 2016, depois de uma carreira acelerada em que gravou mais de 400 filmes, decidiu se aposentar.
As outras três mortes seguidas
de atrizes pornô - sem conexão entre elas - foram de Olivia Nova, de 20 anos e
que estava na profissão há menos de um ano, morta em 7 de janeiro em Las Vegas,
vítima de sepse; August Ames, de 23 anos, se enforcou em 6 de dezembro em Los
Angeles e havia passado por uma fase muito difícil, depois de ser acusada de
homofobia por fazer uma menção negativa ao pornô gay; e Yuriza Beltrán, ou Yuri
Luv, de 31 anos, que perdeu a vida também em dezembro, na sua cidade natal
californiana, a capital do pornô americano, por overdose de pílulas. Meses
antes desta série de cinco mortes de atrizes, em julho, January Seraph também
havia se enforcado, em São Francisco. Aos 34 anos, havia gravado mais de
cinquenta filmes pornográficos e padecia de uma severa depressão.
AS INFORMAÇÕES SÃO DO REPÓRTER PABLO DE LLANO
Um dia antes de morrer, aos 23
anos, a jovem estrela de filmes pornográficos Olivia Lua tuitou: "Nada
mais me assusta", com uma foto sua vestida de preto e olhando para a
câmera com seriedade. Na quinta-feira, 18 de janeiro, foi encontrada morta no
centro de reabilitação de West Hollywood (Los Angeles), onde havia se internado
dias antes por causa de uma recaída. Mistura de álcool e pílulas acabaram com a
vida de Lua, que se afundou no vício nas drogas e passou por um baque no
trabalho.
Lua - também conhecida como Olivia Voltaire - é a quinta atriz de cinema adulto que morreu em circunstâncias trágicas na América do Norte desde o falecimento, em 9 de novembro, da canadense Shyla Stylez, de 35 anos, na casa da sua mãe, em Calgary. Sua família se limitou a informar que ela morreu "enquanto dormia". Stylez era uma veterana do cinema do sexo que há uma década chegou ao chamado Vale do Pornô (Califórnia). Em 2016, depois de uma carreira acelerada em que gravou mais de 400 filmes, decidiu se aposentar.
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De esquerda a direita, Olivia Nova, Olivia Lua, Yuri Luv e Shyla Stylez. |
Essas tragédias ativaram os
alertas sobre os riscos mentais da indústria do pornô e as deficientes
condições laborais de suas trabalhadoras, muitas das quais não têm plano de
saúde ou recursos suficientes para lidar, em terapia, com as complexidades do
ofício e em um contexto de deterioração do mercado de trabalho no setor.
Pirataria, novas plataformas de difusão e um aumento exponencial do número de
pessoas que buscam emprego no pornô golpearam o setor, e cada vez mais as
atrizes encontram mais dificuldades para trabalhar e receber dinheiro com
regularidade. A isso, juntam-se outros fatores de estresse psicológico, como a
estigma social, o medo de envelhecer e as oscilações emocionais de uma
atividade que produz adrenalina e causa profundos vazios nos intervalos sem
contratos.
"Temos que criar mais
redes de cooperação e mais comunidade entre as trabalhadoras. É importante não
sentir que você tem um segredo sujo e poder encontrar terapia", disse a
atriz Ginger Banks, após a série de mortes. "A maneira com que a sociedade
nos olha nos deprime mais e faz com que nos sintamos cidadãs de segunda
classe." O psicólogo Gad Saad, que estudou o mundo do cinema pornô,
declarou à Fox News: "Quando a câmera está ligada, todo mundo está
feliz. O problema é quando o trabalho fica escasso, o telefone para de tocar e
as atrizes se perguntam: 'E agora?'. As estrelas do pornô não são as melhores
em fazer planos para o futuro." Saad considera que uma estratégia útil é
ajudá-las a pensar em alternativas de vida em médio prazo.
A ex-atriz Ela Darling, que
foi presidenta de uma organização de defesa das atrizes pornô, colocou o dedo
na ferida da precariedade laboral, afirmando que os salários reduzidos (700
dólares para gravar com outra mulher e mil com um homem) levam as trabalhadoras
a aceitar roteiros com práticas de sexo mais fortes - "qualquer coisa
extrema". "O pornô não é um trabalho ruim", disse Darling,
"o duro é ser freelance e são muito difíceis os períodos com poucos
trabalhos em que você fica sozinha, perguntando-se se voltará a trabalhar. Para
uma atriz pornô, não é tão fácil deixar o seu ofício e, digamos, ser
professora. E não estar ocupada pode levar a coisas negativas".
Os Estados Unidos são a Meca
do cinema pornô, com um volume econômico, em 2016, de 17,2 bilhões de dólares
(equivalente a 54 bilhões de reais) naquele país, com 60% da sua produção
concentrada no condado de Los Angeles. Mundialmente, a cifra sobe a 97 bilhões
de dólares. Um negócio enorme e, por trás das telas, ficam esquecidos os dramas
de mulheres sem um ambiente de apoio ao alcance das mãos. O choque desta série
de mortes fez com que os Estados Unidos se perguntassem: quem cuida das atrizes
pornô?
AS INFORMAÇÕES SÃO DO REPÓRTER PABLO DE LLANO
EDIÇÃO DA AGÊNCIA BALUARTE
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