sábado, 27 de janeiro de 2018
Novas informações desmontam as versões 'inocentes' de Sergio Moro sobre as relações do primeiro-amigo e de sua esposa com o escritório de Tacla Duran. Há muito mais coisa em jogo
Luis Nassif, Jornal GGN
A nota da seção Radar, da Veja,
mostrando página de um relatório da Receita Federal, de advogados que
trabalharam para o escritório de Tacla Duran traz um complicador a mais para o
juiz Sérgio Moro.
No dia 27 de agosto passado, a colunista
Mônica Bérgamo revelou que o advogado Rodrigo Tacla Duran, que trabalhava para
a Odebrecht e está foragido na Espanha, acusou o primeiro amigo de Sergio Moro,
Carlos Zucolotto Júnior, de tentar intermediar negociações paralelas com a Lava
Jato.
Zucolotto e a senhora Sérgio Moro eram
sócios em um escritório de advocacia
Segundo Duran, haveria diminuição da
multa e da pena que Duran deveria pagar, em um acordo de delação premiada, em
troca de um pagamento que seria feito pelo caixa 2 para acertos com membros da Lava
Jato.
Em qualquer hipótese, os pagamentos se referem a fatos contemporâneos, quando a Odebrecht e o próprio Tacla Duran já estavam na mira da Lava Jato. E desmontam as versões de... |
Segundo Duran, a proposta de Zucolotto
era alterar o regime de prisão em regime fechado para domiciliar e redução da
multa para um terço do valor, ou seja US$ 5 milhões. A proposta teria sido
feita no dia 27 de maio de 2016.
Moro respondeu através de uma nota:
“O advogado Carlos Zucolotto Jr. é
advogado sério e competente, atua na área trabalhista e não atua na área
criminal;
O relato de que o advogado em
questão teria tratado com o acusado foragido Rodrigo Tacla Duran sobre acordo
de colaboração premiada é absolutamente falso;
Nenhum dos membros do
Ministério Público Federal da força-tarefa em Curitiba confirmou qualquer
contato do referido advogado sobre o referido assunto ou sobre qualquer outro
porque de fato não ocorreu qualquer contato;
Rodrigo Tacla Duran não
apresentou à jornalista responsável pela matéria qualquer prova de suas
inverídicas afirmações e o seu relato não encontra apoio em nenhuma outra
fonte;
Rodrigo Tacla Duran é acusado
de lavagem de dinheiro de milhões de dólares e teve a sua prisão preventiva
decretada por este julgador, tendo se refugiado na Espanha para fugir da ação
da Justiça;
O advogado Carlos Zucolotto Jr.
é meu amigo pessoal e lamento que o seu nome seja utilizado por um acusado
foragido e em uma matéria jornalística irresponsável para denegrir-me; e
Lamenta-se o crédito dado pela
jornalista ao relato falso de um acusado foragido, tendo ela sido alertada da
falsidade por todas as pessoas citadas na matéria.”
Há dois anos, em matéria no Conjur,
Moro havia alegado que a sociedade da esposa com Zucolotto visava apenas a “partilha
de honorários”, o que significa que não atuariam necessariamente no mesmo
processo.
Agora, a informação da Veja traz um
componente explosivo, que a revista tratou de amenizar, levantando apenas a
consequência menos relevante do furo: o fato de Moro ter que se declarar
impedido de julgar Duran:
O juiz Sergio Moro poderia ser
impedido de julgar o ex-advogado da Odebrecht Rodrigo Tacla Duran não fosse o
Ministério Público, que, estranhamente, ocultou uma resposta da Receita Federal
que investigou o acusado.
Ora, tem muito mais coisa em jogo.
Vamos entender como a Receita age em
circunstâncias semelhantes.
Um escritório de advocacia faz
pagamentos a terceiros, outros escritórios ou advogados. A Receita resolve
investigar. E o procedimento inicial é a DIRF (Declaração de Imposto de Renda
Retido na Fonte), com a relação de todos os pagamentos efetuados pelo
escritório.
A Receita vai até o escritório e
pergunta porque pagou. O escritório explica. Seria para acompanhamento de uma
ação ou para serviços a ou b. Aí a Receita vai até o prestador de serviços e
confere se os serviços foram efetuados.
Se o nome da senhora Moro consta na
DIRF, significa que o escritório Tacla Duran efetuou pagamentos ao escritório e
aos advogados do escritório.
Ou seja, pagou a senhora Moro.
Aí se entra o território da
especulação. Qual teria sido a razão para a investigação da Receita? Pode ser
uma explicação mais simples, de conferir se Tacla efetivamente pagou Imposto de
Renda. Pode ser explicação mais complexa, sobre a natureza dos trabalhos
efetuados. Principalmente porque se sabe que a maior ocupação de Tacla era a de
doleiro.
O fato dos procuradores da Lava Jato terem
escondido o documento por dois anos permite toda sorte de elucubrações.
Se a Receita mandou o resultado há
dois anos, significa que a investigação deve ter dois anos e meio, período em
que Rosângela Moro sai do escritório. Ou seja, ela saiu quando recebeu sinais
de que a Receita estaria investigando Zucolotto.
Em qualquer hipótese, os pagamentos se
referem a fatos contemporâneos, quando a Odebrecht e o próprio Tacla Duran já
estavam na mira da Lava Jato. E desmontam as versões de Moro sobre as relações
do primeiro-amigo e da primeira-dama com o escritório de Tacla Duran. Segundo a
inocente explicação de Moro, Zucolotto teria sido contratado por Duran para
tirar cópia de um processo em Curitiba.
Desde o início, estranhava-se que as
delações ainda não tivessem chegado ao Judiciário. É possível que essa escrita
seja quebrada com o fator Tacla Duran.
O advogado Santos Lima
Conforme anotou o leitor Francisco de
Assis, nos comentários, entre os recebedores está o advogado Leonardo Guilherme
dos Santos Lima, também do Paraná, e cujo sobrenome coincide com o do
procurador Carlos Fernando dos Santos Lima.
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