domingo, 7 de janeiro de 2018
O fujimorismo não
destituiu formalmente o presidente Kuczynski, mas tomou o poder de fato
Jogo de aparências à parte, o que aconteceu nas últimas semanas de 2017 é evidente para todos os peruanos. Em 15 de dezembro, os fujimoristas, maioria no Parlamento, tentaram um golpe parlamentar-judiciário com um processo relâmpago, superado em sofreguidão apenas pela destituição em menos de 48 horas do presidente paraguaio Fernando Lugo, em junho de 2012. A votação decisiva seria no dia 21, em menos de uma semana.
Assim como em outros
processos similares na América Latina, as bases do pretenso impeachment eram
frágeis. Apenas dois dias antes, revelara-se que a Westfield Capital, empresa
de consultoria do presidente Pedro Pablo Kuczynski (conhecido como PPK, também
sigla de seu partido Peruanos Por el Kambio, sic), recebeu 782 mil dólares da
Odebrecht por assessorias de investimento prestadas de 2004 a 2007, quando foi
ministro da Economia (2004-2005) e depois primeiro-ministro (2005-2006) do
governo Alejandro Toledo. Além disso, a empresa First Capital, de Gerardo
Sepúlveda, sócio chileno de PPK, recebeu outros 4 milhões de 2005 a 2013, por
outros serviços.
Ela os considerava lícitos e por isso não os havia incluído na documentação entregue ao Ministério Público peruano. Quem os revelou foi a presidenta fujimorista da comissão parlamentar de inquérito da Lava Jato, Rosa Bartra, em clara retaliação a uma busca realizada em 7 de dezembro pela polícia em duas sedes de seu partido, atrás de provas da contabilidade paralela (caixa 2) do financiamento de suas campanhas.
Mesmo se ilícitos em algum grau, os contratos relacionados a PPK foram muito anteriores ao mandato (iniciado em julho de 2016) e seis dias seriam insuficientes para esclarecer os fatos e seu enquadramento jurídico. Sem mencionar que o caso empalidece ante os 29 milhões de dólares em doações e subornos flagrantemente ilegais admitidos pela Odebrecht no Peru de 2005 a 2014, dirigidos não só aos presidentes Alan García, Alejandro Toledo e Ollanta Humala, como também a Keiko Fujimori, principal beneficiária de sua deposição.
Jogo de aparências à parte, o que aconteceu nas últimas semanas de 2017 é evidente para todos os peruanos. Em 15 de dezembro, os fujimoristas, maioria no Parlamento, tentaram um golpe parlamentar-judiciário com um processo relâmpago, superado em sofreguidão apenas pela destituição em menos de 48 horas do presidente paraguaio Fernando Lugo, em junho de 2012. A votação decisiva seria no dia 21, em menos de uma semana.
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Manifestantes em Lima mostram como Kuczynski caiu nas mãos de Fujimori, enquanto este comemorava a libertação com o filho Kenji, que a negociou. |
O presidente até
então negava relações com a Odebrecht e a empresa de um ministro receber por serviços
a uma empreiteira que trabalha para seu governo soa no mínimo antiético, mas,
segundo a própria Odebrecht, esses contratos foram administrados apenas por
Sepúlveda, os serviços de assessoria e estruturação financeira fornecidos pela
First Capital e Westfield Capital foram efetivamente prestados, devidamente
pagos, oficialmente contabilizados e seus valores estavam de acordo com as
práticas de mercado.
Ela os considerava lícitos e por isso não os havia incluído na documentação entregue ao Ministério Público peruano. Quem os revelou foi a presidenta fujimorista da comissão parlamentar de inquérito da Lava Jato, Rosa Bartra, em clara retaliação a uma busca realizada em 7 de dezembro pela polícia em duas sedes de seu partido, atrás de provas da contabilidade paralela (caixa 2) do financiamento de suas campanhas.
Mesmo se ilícitos em algum grau, os contratos relacionados a PPK foram muito anteriores ao mandato (iniciado em julho de 2016) e seis dias seriam insuficientes para esclarecer os fatos e seu enquadramento jurídico. Sem mencionar que o caso empalidece ante os 29 milhões de dólares em doações e subornos flagrantemente ilegais admitidos pela Odebrecht no Peru de 2005 a 2014, dirigidos não só aos presidentes Alan García, Alejandro Toledo e Ollanta Humala, como também a Keiko Fujimori, principal beneficiária de sua deposição.
Só para ela teriam
sido 5 milhões na campanha de 2011, na qual foi derrotada por Humala e mais
outro tanto na de 2016, segundo fontes ouvidas pelo respeitado jornal peruano La
República. Para justificar a destituição, recorreu-se a uma alínea
constitucional que permite ao Congresso declarar a Presidência vaga por
“incapacidade moral ou física” de seu ocupante.
As informações são do
repórter Antonio Luiz M. C. Costa, de Carta Capital
Edição da Agência
Baluarte
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