segunda-feira, 14 de novembro de 2016
Um Atallaia que vê longe as nuances do amor
Por Gil Maranhão |
A poesia, a música e a atividade jornalística não apenas tomam o tempo do
cidadão Fernando Atallaia, como faz de sua pessoa um artista multimídia.
Antenado e conectando ficção e realidade ao mesmo tempo, ora ele se
apresenta como poeta, externando paixões, deslumbramentos e outros sentimentos
que sua alma guarda a sete chaves e que se revelam como o mais precioso de seu
ser.
Ora, ele assina como produtor cultural e ao mesmo tempo sai à busca de
musicalidade para suas composições, quando a inspiração vira som, a prosa vire
poesias, poema vire música. Com versos sonoros aos olhos de quem ler; com
melodia poética na boca de quem canta.
Outras vezes, Atallaia se mostra ao público denunciando fatos e personagens
reais do cotidiano através das redes sociais como notável jornalista,
articulista e blogueiro. Foi repórter da Editoria de Cultura da revista Caminhos
do Maranhão, fundada e editada por mim no início dos anos 2000.
Como uma torre de vigia, do qual origina a palavra árabe e o sentido bíblico
de “Atalaia” (só com um “l”), Fernando espia de longe o que passa ao redor dos
movimentos literários que marcaram (e marcam) a poesia brasileira para
construir a sua escrita. Fica atento às manifestações culturais para expressar
a sua arte. Vê horizontes de amores muito aquém daqueles vistos pelos que estão
à sua volta e de suas observações faz/vive a sua própria ode.
Como um sentinela, ele guarda no seu interior as letras. E trabalha uma a
uma na construção de sua caminhada na área artístico-cultural do Maranhão, e um
projetar nacional de sua personalidade.
Desde que se mostrou ao mundo literário maranhense pelo Grupo Carranca de
Poesia, juntamente com outros novos poetas na transição do século passado para
este, Fernando Atallaia não parou de perseguir os versos dessa aventura
cultural.
Foi assim que chegou à Ode Triste para Amores Inacabados. Neste
ensaio com algumas dúzias de poemas, Atallaia canta diversos tipos e formas de
amor – o fútil, o sutil, o escancarado; o real e o fictício; e de perto, que se
pega/vive, e o à distância, sonhado, não-correspondido.
O autor revela “Dependências” sua com a sua arte, ao declarar abertamente
que “Toda poesia tem suas dependências / Pare sintaxes de semântica
em salas ou quartos de poetas vivos / Cavalga versos sem alaridos e
expurga jantares”. E mais além nessa declaratória: “Toda poesia tem seu
silêncio / Aposta na febre da palavra ainda morta e vicia pelos tragos
de agonia.”
Todo poeta tem suas musas. E com Fernando Atallaia não é diferente. À uma
delas, ele diz que ela não merece “este biltre e raso poema”. E logo adiante se
denuncia que quer “cantar-te os lindos olhos famintos dos sofás solitários
que apontados à imaginação caem como pães às imagens do meu falo”. Em sua
escrita, o poeta chega a questionar para quem são os “poetas vagabundos”. Em
“Itinerário” dá uma dica.
Contudo, é em “Amores à parte” onde deixa uma das melhores marcas – e tom
- dessa sua Ode. “Amei com a tempestade à garganta/ com o grito preso aos lençóis”.
Depois diz que “amei talvez mais a razão que o coração palpitando sobre a
mesa”. E conhece que “amores à parte eu amei negando a ânsia do desejo a negar
a liberdade”.
E assim, ele também canta a ode dos “Alforriados”; dos cafajestes e de
poetas maranhenses de renome nacional, como Ferreira Gullar (Versos
Antigos); faz um “Rendez-vous” na sua poesia ao revoltar-se contra puritanos
e padres casamenteiros, e revela um Jean Yves Lecastel como “O senhor
das donzelas aprisionadas”.
Mas é “Em Nome da Filha” que Fernando Atallaia se entrega e revela a
singeleza de sua ode. “Saqueei a vida da mulher que me apareceu vindo do
interior / Do interior de suas faltas de seus olhos / de seus ossos...”. O
poeta se revela à mulher de 28 anos (à época, dezembro de 1998): “... E digo
que lançarei um livro/ A mulher sorrir um sorriso sem dentes / e mostra o
decote/ Chamar-se-á Ode Triste para Amores Inacabados / O que é isto? / Isto é
o que você traz entre os seios e a alma forte”.
O mais é seguir a trilha e se empenhar no tom dessa ode.
Gil Maranhão foi um dos mais renomados jornalistas do Estado do Maranhão.
Fundador e Editor-Chefe da extinta revista Caminhos do Maranhão, foi secretário
de Comunicação da cidade de Barreirinhas, integrando, anteriormente, as equipes de Comunicação da Embrapa (Teresina-PI) e da Contag ( Brasília-DF). Trabalhou no jornalismo de BSB onde atuou como repórter da Agência de Noticias
Política Real, fazendo a cobertura dos eventos políticos do Congresso Nacional.
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Atalaia é um artista incrível, com uma alma sensível ao amor, além de cantar divinamente bem. Merece todo reconhecimento no cenário nacional.
ResponderExcluirAcompanho a trajetória literária de Fernando Atallaia e acredito que é um dos nossos ícones atuais da cultura maranhense! Recomendo!
ResponderExcluirAtalaia poeta,músico,jornalista...um artista plural,na singularidade do talento inventivo/criador-Mestre da palavra e da canção,jornalista dinamico,investiga tipo...um ser que traz a arte na alma e a exerce com grande competência.Gil Maranhão disse tudo sobre o artista,em sua análise perfeita.Parabéns a ambos e nosso aplauso em forma de reconhecimento.Francisco Tribuzi
ResponderExcluirProfundo (no meio desta cova rasa: a crítica literária atual) e esclarecedor, o texto de Gil Maranhão abre, para os leitores, a porta do conhecimento que lhes permite melhor entenderem Fernando Atallaia para além da sua arte poética. Duplo parabéns, ao poeta e ao articulista.
ResponderExcluirProfundamente lindo, suas poesias, seu trabalho suas virtudes gostaria eu poder acompanhar um pouco maus de perto e beber na fonte de suas poesia. Adorei a caracterização denominada a sua pessoas "artista multimídia" acrescentaria surpreendente....
ResponderExcluirPoucas pessoas conseguiram retratar a obra de Fernando Atallaia com tanta perfeição, usando exemplos tão contundentes quanto os próprios textos do poeta. Eu diria que Gil Maranhão entrou na alma de Fernando Atallaia sem sequer pedir permissão e revelou o mundo todo o seu conteúdo ainda desconhecido, embora percebido às escancaras.
ResponderExcluirFernando Atallaia é o artista maranhense (poeta, músico, compositor, cantor) mais importante da década de 90 de nosso estado, daí as merecicas homenagens e o reconhecimento dos intelectuais. Como jornalista, é um grande mestre.
ResponderExcluirSem palavras!
João Marcos-Pedagogia-UFMA
Fernando Atallaia é um jornalista, poeta, músico...excepcional. Admiro o seu trabalho o qual é feito com amor, dedicação e veracidade!!! Orgulhosa por esse competente e notável artista ser do nosso Maranhão! Homenagem merecida!
ResponderExcluirÉ sempre muito bom ler o que Gil Maranhão escreve. De sua pena, sempre sai uma bela sacada. Foi feliz com o seu belo texto relatando um pouco da ode do irrequieto Fernando Atallaia.
ResponderExcluirFrazão Oliveira-Presidente da Força Sindical do MA
Fernando Atallaia é genial, uma grande inspiração para os artistas do MA em qualquer área. Parabéns a Gil pelo excelente texto sobre o poeta!
ResponderExcluirRicardo Gustavo- Publicidade CEUMA
Atallaia é um artista pleno, admirável, em qualquer área que se colocar para fazer, criar ou produzir - música, poesia, cultura, mídia - do qual o Maranhão deve se orgulhar como filho e semente sua, que merece muito mais reconhecimento do que o que já tem conquistado. Parabéns ao Gil Maranhão pelo texto e ao poeta pelo que é, pela força que tem.
ResponderExcluirO trabalho do cara é digno de aplausos. Fernando Atalaia é referência do jornalismo maranhense, além de um excelente músico, letrista e grande poeta. Parabéns Fernando, você é uma janela de inspiração para os maranhenses. Sucesso, amigo.
ResponderExcluirMozart Filho
Imperatriz
Conheço Fernando tem 30 anos e simplesmente não existe no mundo em lugar nenhum do mundo uma pessoa/homem/figura humana capaz de dar tudo de si pra apoiar e ajudar o próximo esse cara é simplesmente uma alma rara
ResponderExcluirFERNANDO EU TE AMO SOU TUA FÃ PRO RESTO DA VIDA
Nélida COMPLETAMENTE AAPAIXONADA POR TI