quinta-feira, 22 de setembro de 2016
Mantega é preso em nova fase da Operação Lava Jato
Eike Batista pagou US$ 2,35 milhões ao PT a pedido de Mantega, diz MPF.
O MPF diz que o consórcio Integra Ofsshore, formado pela Mendes Júnior e OSX, firmou contrato com a Petrobras no valor de US$ 922 milhões, para a construção das plataformas P-67 e P-70, que são unidades flutuantes de produção, armazenamento e transferência de petróleo voltadas à exploração dos campos de pré-sal, em 2012.
Policiais federais estão nas ruas desde a madrugada desta quinta para cumprir mandados desta 34ª fase da Lava Jato. As ordens judiciais estão sendo cumpridas em cinco estados, além de no Distrito Federal: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Bahia. A ação foi batizada de Operação Arquivo X.
Guido Mantega foi o ministro da Fazenda que mais tempo permaneceu no cargo em governos democráticos. Ele deixou o posto para dar lugar ao economista Joaquim Levy no final de 2014. Mantega assumiu o Ministério da Fazenda em 27 de março de 2006 após a demissão de Antonio Palocci, envolvido no escândalo da quebra de sigilo ilegal do caseiro Francenildo dos Santos.
A penúltima fase da operação foi deflagrada no dia 2 de agosto e foi batizada de Resta Um. O principal alvo foi a Queiroz Galvão, suspeita de fraudar licitações da Petrobras e de pagar propina para evitar investigações de uma CPI no Senado.
Prisão ocorreu dentro de hospital, segundo advogado
do ex-ministro.
Eike Batista pagou US$ 2,35 milhões ao PT a pedido de Mantega, diz MPF.
O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi preso na
manhã desta quinta-feira (22) em São Paulo na 34ª fase da Operação Lava Jato. O
mandado é de prisão temporária. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o
empresário Eike Batista disse em depoimento ter pago US$ 2,35 milhões ao PT a
pedido do ex-ministro. À época, a quantia era equivalente a cerca de R$ 4,7
milhões.
O advogado de Mantega, José Roberto Batochio, afirmou
que o ex-ministro foi preso no hospital Albert Einstein, no Morumbi, Zona
Sul de São Paulo, onde estava com a mulher, que passou por uma cirurgia.
"Ele está sendo retirado da sala de cirurgia por policiais nesse
momento", disse Batochio ao G1 às 7h50.
Do hospital, os policiais levariam Mantega até seu
apartamento em Pinheiros, na Zona Oeste, para cumprir um mandado de busca e
apreensão. Por volta das 9h25, Mantega chegou à PF.
Os policiais já haviam estado mais cedo na casa do
ex-ministro. Batochio não soube dizer se foram apreendidos objetos.
O ex-ministro da Fazenda, Guido: mantegado pela
Federal, ele foi preso dentro de
hospital.
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A atual fase da Lava Jato investiga a contratação,
pela Petrobras, de empresas para a construção de duas plataformas de exploração
de petróleo na camada do pré-sal, as chamadas Floating Storage Offloanding
(FSPO´s).
Segundo a PF, as empresas Mendes Júnior e OSX se
associaram na forma de consórcio para obter os contratos de construção das duas
plataformas, mesmo sem possuir experiência, estrutura ou preparo para tanto. A
PF afirma que houve fraude do processo licitatório, corrupção de agentes
públicos e repasses de recursos a agentes e partidos políticos responsáveis pelas
indicações de cargos importantes da Petrobras
De acordo com a PF, em 2012 Guido Mantega
"teria atuado diretamente junto ao comando de uma das empresas para
negociar o repasse de recursos para pagamentos de dívidas de campanha de
partido político da situação". "Estes valores teriam como destino
pessoas já investigadas na operação e que atuavam no marketing e propaganda de
campanhas políticas do mesmo partido", continua a PF.
Segundo o MPF, Eike Batista, ex-presidente do
Conselho de Administração da OSX, declarou em depoimento que, em 1/11/2012,
"recebeu pedido de um então ministro e presidente do Conselho de
Administração da Petrobras" - Mantega - para que fizesse um pagamento de
R$ 5 milhões, no interesse do Partido dos Trabalhadores (PT).
"Para operacionalizar o repasse da quantia, o
executivo da OSX foi procurado e firmou contrato ideologicamente falso com
empresa ligada a publicitários já denunciados na Operação Lava Jato por
disponibilizarem seus serviços para a lavagem de dinheiro oriundo de crimes.
Após uma primeira tentativa frustrada de repasse em dezembro de 2012, em
19/04/2013 foi realizada transferência de US$ 2.350.000,00, no exterior, entre
contas de Eike Batista e dos publicitários", continua o MPF em nota.
Detalhes do esquema
O MPF diz que o consórcio Integra Ofsshore, formado pela Mendes Júnior e OSX, firmou contrato com a Petrobras no valor de US$ 922 milhões, para a construção das plataformas P-67 e P-70, que são unidades flutuantes de produção, armazenamento e transferência de petróleo voltadas à exploração dos campos de pré-sal, em 2012.
Ainda segundo o MPF, as consorciadas, "que não
detinham tradição no mercado específico de construção e integração de
plataformas", viabilizaram a contratação pela Petrobras "mediante o
repasse de valores a pessoas ligadas a agentes públicos e políticos".
As investigações apontam a transferência de cerca de
R$ 7 milhões, entre fevereiro e dezembro de 2013, pela Mendes Júnior para um
operador financeiro ligado a um partido político e à diretoria Internacional da
Petrobras, já condenado no âmbito da Operação Lava Jato, segundo o MPF. Os
repasses foram viabilizados mediante a interposição de empresa de fachada, que
não possuía uma estrutura minimamente compatível com tais recebimentos, segundo
os procuradores da Lava Jato.
Ao longo das investigações também foi identificado o
repasse de mais de R$ 6 milhões pelo Consórcio Integra Ofsshore com base em
contrato falso firmado em 2013 com a Tecna/Isolux. O valor, ainda segundo o
MPF, teria sido transferido no interesse de José Dirceu, que está preso pela
Lava Jato, e de pessoas a ele relacionadas.
Os procuradores declararam também que empresas do
grupo Tecna/Isolux repassaram cerca de R$ 10 milhões à Credencial Construtora,
já utilizada por Dirceu para o recebimento de vantagens indevidas.
34ª fase
Policiais federais estão nas ruas desde a madrugada desta quinta para cumprir mandados desta 34ª fase da Lava Jato. As ordens judiciais estão sendo cumpridas em cinco estados, além de no Distrito Federal: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Bahia. A ação foi batizada de Operação Arquivo X.
Foram expedidos 33 mandados de busca e apreensão,
oito de prisão temporária e oito de condução coercitiva, que é quando a pessoa
é levada para prestar depoimento.
Em São Paulo são cumpridos 9 mandados: 2 de prisão e
7 de busca e apreensão - desses, 6 na capital e um em Ibiúna.
Além de Mantega, em São Paulo a PF prendeu Francisco
Corrales.
8 anos ministro
Guido Mantega foi o ministro da Fazenda que mais tempo permaneceu no cargo em governos democráticos. Ele deixou o posto para dar lugar ao economista Joaquim Levy no final de 2014. Mantega assumiu o Ministério da Fazenda em 27 de março de 2006 após a demissão de Antonio Palocci, envolvido no escândalo da quebra de sigilo ilegal do caseiro Francenildo dos Santos.
Depois de mais de oito anos no comando da pasta,
Guido Mantega entregou ao sucessor números que mostraram êxito na criação de
empregos, mas crescimento econômico baixo, inflação próxima ao teto da meta do
governo e contas públicas com seu pior resultado em 11 anos.
Quadro histórico do Partido dos Trabalhadores, ele
nasceu em Gênova (Itália) e sempre defendeu uma filosofia econômica mais
voltada ao desenvolvimento da economia, com juros mais baixos. Formado em
economia pela USP, intitula-se “keynesiano”, corrente que defende que o mercado
não se autorregula e, também, por uma intervenção maior do Estado na economia.
É casado e pai de quatro filhos.
33ª fase
A penúltima fase da operação foi deflagrada no dia 2 de agosto e foi batizada de Resta Um. O principal alvo foi a Queiroz Galvão, suspeita de fraudar licitações da Petrobras e de pagar propina para evitar investigações de uma CPI no Senado.
O ex-presidente da construtora Ildefonso Colares
Filho e o ex-diretor Othon Zanoide de Moraes Filho foram presos
preventivamente. Já Marcos Pereira Reis, que é ligado ao consórcio Quip, foi
solto no dia 9 de agosto.
AS INFORMAÇÕES SÃO DO G1
EDIÇÃO DA AGÊNCIA BALUARTE
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