quarta-feira, 27 de julho de 2016
Bombeira que tirou fotos sensuais se diz assustada com polêmica do caso
Comando determinou prisão de soldado por oito dias depois de ensaio.
Caso ocorreu em Curitiba, em fevereiro, mas punição só saiu em julho.
A bombeira Lilian Vilas Boas, que teve a prisão determinada pelo 7º Grupamento do Corpo de Bombeiros do Paraná depois de participar de um ensaio fotográfico sensual, disse ao G1, nesta quarta-feira (27), que está assustada com a repercussão do assunto. A pena não foi cumprida porque ainda cabe recurso.

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Lilian participou do ensaio fotográfico em fevereiro deste ano, para um projeto do fotógrafo Arnaldo Belotto. Nas fotos, ela aparecia com parte dos seios à mostra.
Lilian afirmou ainda que prefere não falar muito sobre o acontecido por enquanto, mas acredita que o caso se tornou polêmico por envolver igualdade de gêneros, um assunto que vem sendo debatido bastante ultimamente. A bombeira informou, por fim, que já procurou um advogado e que pretende recorrer da decisão.

Entenda o caso

Lilian participou do ensaio fotográfico em fevereiro deste ano, para um projeto do fotógrafo Arnaldo Belotto. Nas fotos, ela aparecia com parte dos seios à mostra.
Segundo Belotto, as fotos ficaram no site do projeto por menos de 24 horas. "Uma delegada civil do Rio de Janeiro acabou printando as fotos e enviando ao comandante aqui em Curitiba", conta. Desde então, Lilian começou a receber pressão dos comandantes para que as imagens fossem retiradas do ar.

A bombeira participou do ensaio porque algumas amigas dela também já tinham feito fotografias para o projeto de Belotto, que, de acordo com ele, tem o objetivo de exaltar o empoderamento feminino e a beleza das mulheres, sem o uso de técnicas de manipulação de imagem.

Mas a pressão sofrida por Lilian continuou, mesmo após a retirada das fotos do site. "Já fui prestar duas vezes depoimento no quartel", diz o fotógrafo.

Lilian ainda teve que responder pelo processo disciplinar. Segundo a nota de punição publicada em um boletim interno do 7º Grupamento, a punição foi por ela ter exposto "a intimidade e privacidade de seu corpo".

A falta foi considerada média pelos superiores, culminando na pena dos oito dias de prisão. O documento é assinado pela tenente Giselle Machado, que é comandante do grupamento.

Em nota, a Polícia Militar do Paraná informou que não pode se manifestar sobre o caso, pois a bombeira ainda poderá recorrer à corporação para mudar a sanção que recebeu.

Leia a nota da Polícia Militar na íntegra:

"O exercício do poder disciplinar da origem e da solução final do procedimento em relação à bombeira citada se deu no âmbito do 7º Grupamento do Bombeiro, por isso o Comando do Corpo de Bombeiros e o Comando Geral da Polícia Militar do Paraná, se instados em grau de recurso farão a reavaliação sob todas as óticas, seja dos fundamentos da punição ou em relação às suas circunstâncias e dosimetria da pena.
Tanto o Comando do Corpo de Bombeiros quanto o Comando Geral da Polícia Militar do Paraná não podem emitir juízo de valor prévio, pois em algum momento podem ser provocados em grau de recurso".


AS INFORMAÇÕES SÃO DO G1MA
EDIÇÃO DA AGÊNCIA BALUARTE

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