terça-feira, 16 de fevereiro de 2016
Presos sequestrados no Maranhão são encontrados mortos no interior do Piauí
Os corpos de dois homens foram encontrados no final da tarde desta segunda-feira (15) em um povoado do município de Miguel Alves, no estado do Piauí, localizado 110 quilômetros ao norte de Teresina. A polícia acredita que as vítimas sejam a dupla suspeita de assassinar o empresário Kaleu Torres, no dia 9 de fevereiro, na cidade maranhense de Buriti de Inácia Vaz. Eles estavam presos na delegacia deste município, de onde foram sequestrados do local na madrugada de domingo (14).
Equipes da perícia criminal e do Instituto Médico Legal de Teresina foram enviadas até o povoado de Pimenteiras, onde os corpos foram achados dentro de uma lagoa. Sabino Neto Cardoso dos Santos e Leonardo Vieira Silva, conhecido como “Cafuringa”, estavam presos na delegacia e foram sequestrados da delegacia por dois homens e uma mulher, que simularam querer registrar um boletim de ocorrência.
A polícia vai investigar para descobrir se Sabino e “Cafuringa” foram mortos no Piauí ou no MaranhãoO delegado da Polícia Civil do Piauí Paulo Nogueira, que investiga o caso, confirmou que os dois corpos foram encontrados com mãos e braços decepados. Segundo ele, a dupla deve ter sido assassinada há mais de 24 horas, em razão do mal cheiro no local. A lagoa dista dois quilômetros de Miguel Alves e fica próxima a um pontão, que liga o município piauiense a Buriti de Inácia Vaz. Moradores da região encontraram os corpos e acionaram a polícia por volta de 16h. |
Paulo Nogueira afirmou que já existe uma investigação para apurar o sequestro dos presos da delegacia e a perícia do Piauí tentará descobrir se o crime ocorreu em Miguel Alves ou em Buriti. “Dessa forma, vamos evitar que sejam abertos dois inquéritos para apurar o mesmo fato. Mas a polícia do Piauí vai ser parceira nessa investigação do Maranhão”, ressaltou Nogueira.
O delegado Willame Moraes, gerente de Policiamento do Interior do Piauí, também confirmou que os mortos são os dois presos sequestrados na delegacia do município maranhense. Segundo ele, a perícia deve identificar se os suspeitos foram assassinados no local ou ainda no Maranhão.
ENTENDA O CASO
Kaleu Torres, de 26 anos, dono de uma loja em Miguel Alves, foi morto com uma facada abaixo do peito esquerdo em uma festa de Carnaval em Buriti de Inácia Vaz. O crime teria sido realizado após o empresário derramar uma garrafa de bebida em um grupo de jovens, o que teria ocorrido acidentalmente. Os dois suspeitos foram presos logo após o assassinato.
Na madrugada deste domingo (14), por volta das 1h40, três pessoas chegaram em um veículo e invadiram a Delegacia de Polícia do município de Buriti. Em seguida, o trio sequestrou os dois suspeitos de envolvimento na morte do empresário.
De acordo com informações da polícia, um homem e uma mulher simularam um registro de boletim de ocorrência sobre uma moto roubada com o objetivo de entrar na delegacia. Porém, o carcereiro informou que eles teriam de procurar a Polícia Militar para relatar o caso. Os dois, então, se retiraram da delegacia.
Cerca de 20 minutos depois, o homem e a mulher chegaram com um rapaz simulando estar com as mãos amarradas, dizendo que haviam pegado o assaltante. Eles insistiam para entrar na delegacia para que o suposto ladrão fosse colocado numa cela.
Diante da insistência, o carcereiro abriu o portão da delegacia e as duas supostas vítimas pediram para que ele ligasse para PM, quando, neste momento, eles sacaram suas armas e apontaram para o carcereiro que foi torturado para revelar os nomes dos envolvidos na morte do empresário e entregar as chaves da cela.
Eles forçaram o carcereiro a abrir a cela onde estavam Sabino Neto e Leonardo Vieira; em seguida, tiraram os dois suspeitos, algemaram nos pés e nas mãos, colocaram no carro e saíram sem deixar pistas.
Outros dois acusados também estão sendo procurados pela polícia, porém ainda não tiveram seus nomes divulgados. Populares relataram que homens desconhecidos, em carros, eram vistos fazendo rondas nas mediações do bairro Bacuri, onde residiria a maioria dos suspeitos de envolvimento na morte de Kalleu.
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