terça-feira, 6 de fevereiro de 2018
Com imagem abalada após pedir dinheiro para
JBS, tucano roda emissoras mineiras como estratégia para viabilizar candidatura
Herdeiro político do avô Tancredo Neves e acostumado a ser o centro das atenções no poder mineiro nos últimos anos, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) saiu de cena após vir à tona uma conversa com o dono da JBS Joesley Batista.
O diálogo derruiu a imagem do tucano e está
obrigando o senador, afastado em setembro pelo Supremo Tribunal Federal e
reconduzido ao cargo por colegas parlamentares, a reconstruir a imagem
arranhada para tentar a reeleição ao Senado.
A retomada da carreira política de Aécio, que
quase venceu a disputa à Presidência em 2014, passa pela estratégia de conceder
uma série de entrevistas a emissoras de rádio em cidades do interior mineiro
como Muriaé, Juiz de Fora e Teófilo Otoni.
O senador usou os espaços nas emissoras para
afirmar que sempre agiu “de forma absolutamente correta” ao longo de 30 anos de
vida pública e se dizer “vítima de uma armação ardilosa” montada por Joesley e
a Procuradoria-Geral da República (PGR).
O deputado federal Marcus Pestana define a
rodada de entrevistas como um revide ao “bombardeio de mídia” sofrido pelo
senador após o áudio da JBS, no qual combina o recebimento de 2 milhões de
reais para custear sua defesa em nove inquéritos que Aécio é alvo no STF. “Ele
está fazendo esse esforço para explicar as razões dele, pedindo desculpa pelo
diálogo infeliz e explicando a natureza do pedido [de dinheiro]”, diz.
O diálogo infeliz a que se refere Pestana é o
trecho em que Aécio afirma a Joesley o envio de um emissário paga pegar o
dinheiro que pudesse ser morto “antes de fazer delação”.
Aliados do senador mineiro acreditam, contudo,
que o diálogo com Joesley será a principal pedra no sapato à sua reeleição. Uma
ala tucana defende que ele desista de disputar o Senado para tentar uma vaga na
Câmara, onde é mais fácil se eleger – Minas tem direito a 53 vagas para
deputados federais, contra duas cadeiras para o Senado na eleição de 2018.
Defesa demorada
Durante a entrevista à rádio Itatiaia, Aécio
foi questionado se não “estava demorando” para provar sua inocência nos
inquéritos no STF. O senador alegou que as investigações no âmbito da Lava Jato
dizem respeito a “ajudas eleitorais” recebidas de empresas dentro da lei e que
não concedeu contrapartidas em favorecimento aos doadores.
A entrevista concedida à Itatiaia foi a
mais incisiva. Nas demais, o tucano teve contato com cenários amistosos, como
na Atividade FM – emissora da Zona da Mata Mineira. O senador não recebeu
nenhuma pergunta embaraçosa ao longo dos 21 minutos da entrevista veiculada dia
31 de janeiro.
A rádio Atividade tratou Aécio como analista
político. Ele aproveitou a oportunidade para discursar sobre um novo projeto
para Minas. O senador foi provocado a falar sobre o “alinhamento” do eleitorado
a correntes ideológicas, as reformas do governo Michel Temer, como a da
Previdência, e as eleições presidenciais.
A assessoria do senador afirma que não há
agenda de reabilitação de imagem, indicando que as participações nas rádios
seguem a normalidade das atividades realizadas por Aécio para prestar contas do
mandato assumido em 2011.
Já o deputado Marcus Pestana afirma que o
senador “está pondo a cara” em público para avaliar se tem condições de
garantir sua reeleição.
A decisão de disputar o Senado, ou uma vaga na
Câmara ou ao governo de Minas “lá para maio vai decidir”, segundo Pestana. Até
lá, o senador mineiro irá avaliar a receptividade ao seu nome junto ao
eleitorado mineiro.
Aécio organiza 15 encontros regionais em todo
estado após o carnaval, como parte do plano para se reposicionar no
estado. “Ele é um cara experiente e não vai dar murro em ponta de faca”, avalia
Pestana.
AS INFORMAÇÕES SÃO DO REPÓRTER NIVALDO SOUSA,
DE CARTA CAPITAL
EDIÇÃO DA AGÊNCIA BALUARTE
Herdeiro político do avô Tancredo Neves e acostumado a ser o centro das atenções no poder mineiro nos últimos anos, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) saiu de cena após vir à tona uma conversa com o dono da JBS Joesley Batista.
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A retomada da carreira política de Aécio, que quase venceu a disputa à Presidência em 2014, passa pela estratégia de conceder uma série de entrevistas a emissoras de rádio em cidades do interior mineiro. |
A nova realidade midiática é incomum para o
senador. Ao deixar o governo de Minas, em 2010, ele assumia a postura de chefe
de Estado no relacionamento com a mídia, algo potencializado ao longo da
campanha presidencial. Aécio se habituou a convocar coletivas de imprensa
sempre que desejava externar seus posicionamentos.
Não à toa, a assessoria do senador costumava
enviar áudios dessas entrevistas para rádios mineiras reproduzirem. O tucano
foca, agora, em espaços de emissoras como a Rede Atividade (Muriaé), CBN Juiz
de Fora, Rádio Teófilo Otoni e Itatiaia (Belo Horizonte). As conversar locais
não constam na agenda do tucano nem são divulgadas em suas redes sociais.
Às rádios, o senador se declarou arrependido
da expressão. “Eu lamento os termos daquela conversa, dos termos que ela se
deu”, disse à rádio de Muriaé.
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O senador usou os espaços nas emissoras para afirmar que sempre agiu ''de forma absolutamente correta''. |
Mas Aécio rejeita publicamente a sugestão de
sair a deputado, sinalizando intenção de disputar o governo do estado –
alternativa que sofre resistência no PSDB mineiro. “Acho que a candidatura
natural do Aécio é a reeleição ao Senado”, diz o presidente local do partido,
Domingos Sávio.
Defesa demorada
O tom amistoso se repetiu durante a entrevista
à CBN de Juiz de Fora no dia 1º de fevereiro.
Colocando a cara
Aécio Neves(terceiro à direita)teve imagem abalada após pedir dinheiro para JBS. |
EDIÇÃO DA AGÊNCIA BALUARTE
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